Crítica: Toy Story (1995) | Especial Pixar
Longa-metragem foi o primeiro longa-metragem totalmente animado por computador
Primeira animação longa-metragem da Pixar, e o primeiro filme todo realizado com tecnologia 3D no cinema, “Toy Story” foi um divisor de águas. E não foi apenas surpreendente por causa da tecnologia, mas também, principalmente, por apresentar um ótimo enredo com excelentes personagens e uma excepcional narrativa.
A Pixar era uma divisão de tecnologia da Lucasfilm, empresa de George Lucas, e estava rendendo pouco em produtividade e resultados, portanto, Lucas colocou à venda e a divisão foi comprada por ninguém menos que Steve Jobs, fundador da Apple. De início, a empresa tentou entrar no mercado de computadores e lançou o intitulado Pixar Image Computer, mas o aparelho não alcançou muito sucesso e rendia altos custos e prejuízos. Após a compra de Jobs, a Pixar tentou manter as atividades da empresa ainda na área de software, mas não vingou.
Um dos fundadores da empresa, John Lasseter, trabalhou para o departamento de animação da Disney e acreditava no futuro das animações totalmente computadorizadas. Ele realizou alguns curtas para provar o seu ponto de vista, mas a Disney não dividia a mesma ideia. Lasseter foi demitido da empresa e foi chamado por Steve Jobs e Ed Catmull para trabalhar na Pixar. Lá, após tentativas frustradas de manter a empresa na área de tecnologia, eis que a paixão por cinema de Lasseter foi a inspiração para motivar a equipe a seguir por caminhos diferentes.
Ao invés de apostar no desenvolvimento de computadores, a Pixar decidiu apostar na produção de conteúdo audiovisual totalmente animado por um computador. O curta “Luxo Jr.” (1986) foi a primeira produção da Pixar debaixo da tutela de Jobs, e introduzia a luminária que se tornaria a logo principal da empresa. “O Sonho de Red” (1987) venho em seguida, mas foi com o curta “Tin Toy” (1988) que a empresa ganhou o Oscar de Melhor Curta-metragem. Mas não dá para ganhar muito dinheiro com curtas, e a Pixar precisava sair mais uma vez de sua zona de conforto. Lasseter, Jobs e Catmull resolveram iniciar a produção daquele que seria o primeiro longa-metragem do cinema totalmente animado por computador. Uma aposta arriscada e sem perspectiva de futuro, afinal, não havia comparadores. A história de um grupo de brinquedos que ganham vida quando nenhum ser humano está por perto passou por diversos tratamentos de roteiro. Inicialmente, o estilo da história teria um tom mais sombrio, com o cowboy Woody de vilão, mas tudo isso foi remodelado e se tornou o “Toy Story” que conhecemos hoje.
Jobs conseguiu firmar parceria com a Disney para distribuir o longa pelo mundo, e uma das principais exigências da Pixar era não criar um filme igual às obras do estúdio do Mickey, ou seja: nada de princesas ou personagens cantarolando pela história.
“Toy Story” é um filme sobre amadurecer. Não há vilões querendo dominar ou destruir o planeta, pelo contrário, temos aqui uma jornada intimista de se aceitar como é e superar as inseguranças, e os próprios medos para se tornar alguém melhor.
Com elenco de apoio formado por personagens inesquecíveis, e um ritmo sempre frenético que não deixa o expectador perder o foco, “Toy Story” não é apenas um marco na história do cinema por causa de sua tecnologia, mas é também um filme bem escrito que entende a importância de fazer o público se conectar com os personagens. Dirigido por John Lasseter e com vozes no original de Tom Hanks (Woody) e Tim Allen (Buzz Lightyear), “Toy Story” se tornou um imenso sucesso de bilheteria e permitiu que a Pixar continuasse a produzir novos projetos em 3D. E um novo futuro começa!
Toy Story/EUA – 1995
Dirigido por: John Lasseter
Disponível para assistir: DISNEY+
Com vozes no original de: Tom Hanks, Tim Allen, Don Rickle…
Sinopse: O aniversário de Andy está chegando e os brinquedos estão nervosos. Afinal de contas, eles temem que um novo brinquedo possa substituí-los. Liderados por Woody, um caubói que é também o brinquedo predileto de Andy, eles montam uma escuta que lhes permite saber dos presentes ganhos. Entre eles está Buzz Lightyear, o boneco de um patrulheiro espacial, que logo passa a receber mais atenção do garoto. Isto aos poucos gera ciúmes em Woody, que tenta fazer com que ele caia atrás da cama. Só que o plano dá errado e Buzz cai pela janela. É o início da aventura de Woody, que precisa resgatar Buzz também para limpar sua barra com os outros brinquedos.