Crítica: WandaVision (minissérie) | Disney+
Há treze anos, a Marvel Studios deu o ponta pé inicial em seu universo com…
Há treze anos, a Marvel Studios deu o ponta pé inicial em seu universo com “Homem de Ferro” e ao longo da década criou uma franquia de filmes conjuntos que nunca antes foi realizada na história da Sétima Arte. Agora a empresa desbrava os seriados ao unificar as produções de TV com o cinema em um feito também nunca visto antes. De agora em diante, tudo está interligado e a fase pós “Ultimato” promete algo muito maior e ambicioso.
“WandaVision” não é a primeira série da Marvel Studios, mas é a primeira realmente pensada como uma propriedade intelectual em união com os filmes para cinema. Muito do que foi apresentado aqui, e deixado em aberto, terá relevância e repercussões futuras – principalmente em “Doutor Estranho 2 – O Multiverso da Loucura”.
O seriado nos coloca em um mundo dominado por Wanda. O primeiro capítulo inicia como uma série dos anos 50, e a cada novo episódio referências e relações com a evolução da TV norte-americana é utilizado como pano de fundo para construir uma narrativa maior acerca do futuro dos personagens títulos. Mistérios sobre o motivo do show ser construído no formato de sit com, revelações sobre o passado de Wanda e novos personagens que terão papel importante em eventos futuros marcam momentos de ápice da série.
Mas deixando o lado fã de lado, “WandaVision” é divertido como os habituais projetos da Marvel, sem dúvida, mas carece de maior conteúdo sobre sua própria temática. No primeiro capítulo a ideia de sit com é inteligente e bem usada, mas depois a novidade se perde e torna-se algo repetitivo e trivial.
Vi em grupos da Marvel muitos rasgando elogios à série e até já li que “WandaVision” é uma obra-prima do estúdio. Calma lá! Tem méritos e é divertida, mas tudo porque temos ciência do todo ao qual pertence e de como muita coisa ali vai influenciar outros filmes. Mas se avaliado de modo mais analítico, é um seriado que tem um fiapo de história e intenções, e quando chega ao final entrega um clímax ligeiro, nada surpreendente e pouco empolgante – apesar de possuir momentos específicos marcantes e que solidificam de uma vez por todas Wanda como A Feiticeira Escarlate.
Porém, se avaliado com o coração e entregue às emoções de fã – e, aliás, este é o jeito certo de assistir caso você goste desse universo – “WandaVision” é uma jornada de descobrimento, e conhecimento, de uma das personagens mais erroneamente exploradas no cinema. Wanda sempre foi mais e maior nos quadrinhos, e nos filmes, infelizmente, foi relegada à uma coadjuvante muito aquém do verdadeiro potencial. Já aqui, muito disso é consertado – apesar de ter ressalvas e questionamentos sobre as atitudes da personagem como “super-herói” depois de manter uma cidade inteira como escrava de seus poderes.
Não considero “WandaVision” uma obra-prima, muito menos uma série memorável. Mas como todo projeto dentro da Marvel Studios, seja bom ou ruim, sua importância dentro do Universo Compartilhado é o fator chave crucial para tornar a experiência mais interessante e empolgante de acompanhar. Particularmente, não é uma série que me empolgou tanto, mas sem dúvida é um exemplar divertido e com momentos inspirados. Destaque para os ótimos Elizabeth Olsen e Paul Bettany, que se solidificam não apenas como competentes atores cômicos, mas, principalmente, excelentes atores dramáticos. E claro, maior destaque vai para Kathryn Hahn que rouba completamente o show para si.
WandaVision/EUA – 2021
Dirigido por: Matt Shakman
Nº de episódios: 09
Com: Elizabeth Olsen, Paul Bettany, Kathryn Hahn…