Crítica: Wish – O Poder dos Desejos (2023)
Longa-metragem celebra os 100 anos da Disney
“Wish – O Poder dos Desejos” é o filme lançado para celebrar os 100 anos da Disney, e todo o legado que começou lá atrás com a ousadia de Walt Disney ao lançar “Branca de Neve e os Sete Anões” em 1937. Um marco pois foi o primeiro longa metragem animado da história e um feito pois ele iria solidificar o DNA Disney para sempre.
“Wish” segue à risca todos os clichês deste subgênero que podemos chamar de “filme de princesa da Disney”. Temos música, dança, animais falantes, magia, um vilão espalhafatoso e lições de morais para encantar e inspirar a plateia. E como tem acontecido nas últimas duas décadas, os atuais longas estão investindo em histórias sobre ser quem você é ou encontrar a força dentro de si e menos em tramas de romance.
“Wish” pode vir em um momento onde o público está um pouco cansado de histórias repetitivas de princesa, e portanto, soa como algo banal que deixa aquela sensação de “já vi isto antes”. Mas, ao menos para mim, gostei muito do longa e me encantei com a simpatia da protagonista e, principalmente, com a mensagem de nunca colocar seus sonhos nas mãos de outras pessoas, mas encontrar dentro de si a força necessária para ir e realizá-los.
As músicas podem não ser marcantes como as de outros filmes, mas há alguns números empolgantes e bem escritos – destaque para “Bem-vindos a Rosas” e “Você É Uma Estrela” (minhas favoritas). E as referências ao mundo Disney são bem sutis e em vários momentos quase imperceptíveis – o que é ótimo pois não tira o foco da história central.
Minha ressalva fica para com o visual escolhido para o filme. Ainda que bem feito, e com um estilo de animação que deseja lembrar um 2D mesclado com 3D, o filme carece de cores mais vivas e vibrantes que o tornem visualmente mais atraente. Os cenários são carregados de marrom e bege e a fotografia soa pálida em várias sequências. Apesar de não tirar as qualidades emocionais da obra, infelizmente, a faz menos impactante.
“Wish – O Poder dos Desejos” pode não ter a força de um “Enrolados”, “Frozen” ou “A Princesa e o Sapo” (para citar alguns exemplos contemporâneos do estúdio), mas, para mim, o filme conseguiu reproduzir os clichês da Disney de maneira envolvente e tocante. A mensagem é tão bacana e a protagonista tão carismática, que ao fim terminei com um sorriso no rosto.
Wish/EUA – 2023
Dirigido por: Chris Buck e Fawn Veerasunthorn
Sinopse: Essa é a história de Asha, de 17 anos, uma otimista com uma inteligência afiada que se preocupa infinitamente com sua comunidade. Em um momento de desespero, Asha faz um apelo apaixonado às estrelas, que é respondido por uma força cósmica, uma pequena bola de energia ilimitada chamada Estrela. Juntos, eles enfrentam o mais formidável dos inimigos para salvar sua comunidade e provar que quando a vontade de um humano corajoso se conecta com a magia das estrelas, coisas maravilhosas podem acontecer.