Em Busca do Ouro (1925) | Relembrando Clássicos

Charlie Chaplin é, sem dúvida alguma, o maior nome do cinema mudo. É claro que tivemos outros, mas Chaplin conseguiu ir além e até hoje é lembrado, imitado e usado em camisetas, canecas, etc. É um ícone pop que já em sua época conquistou o mundo ao criar o famoso The Tramp, ou O Vagabundo, e desde então a imagem do ator e personagem se misturam e nunca mais foram separadas.

Os filmes de Chaplin sempre buscam retratar situações sociais onde através do Vagabundo, ele pode fazer um exercício de análise de seu tempo mas com leveza, humor físico genial e uma mistura de romance que fazem de seus projetos comédias românticas inusitadas e fisicamente hilárias. Um tipo de mistura que torna sua persona identificável e carismática para a plateia, e consequentemente, colabora para tornar seu trabalho ainda mais indelével.

Quando foi descoberto ouro em Klondike, Canadá, milhares de garimpeiros percorreram o noroeste do Pacífico e o Alasca, exigindo bens e serviços, em uma busca incessante pela esperança de enriquecimento rápido. À partir deste cenário, Chaplin coloca seu Vagabundo no Alasca bem no meio deste período onde milhares de pessoas estavam migrando para a região. E durante a jornada de nosso protagonista, é claro que ele irá se apaixonar por alguma moça local mas também se colocar em situações de extrema miséria, fome e frio tudo para encontrar ouro – uma crítica clara à impetuosa obsessão de muitos para mudar de vida sem se importar com as consequências.

“Em Busca do Ouro” é o equilibrio perfeito que Chaplin conseguia fazer entre comédia física e crítica social. Aqui temos váras cenas icônicas que reforçam a criatividade visual de Chaplin e como ele era mestre em criar comédia corporal. A sequência dentro de uma casa de madeira com uma violenta tempestade de neve e que leva os personagens de uma saída à outra é genial; Ou quando Chaplin, famito, cozinha seu sapato e o descasca como se fosse um peixe; Ou a cena em que o Vagabundo cria um balé com dois pães fincados em dois garfos, respectivamente, e apresenta uma sensibilidade que era, e ainda continua, irresistível para a plateia.

Juntando-se a obras inesquecíveis como “Tempos Modernos”, “Luzes da Cidade” e “O Garoto”, por exemplo, “Em Busca do Ouro” é um dos melhores trabalhos do nosso eterno Carlitos! Até a postagem deste texto, o filme está disponível para assistir no TELECINE.

The Gold Rush/1925 – EUA

Dirigido por: Charlie Chaplin

Com: Charlie Chaplin, Mack Swain, Georgia Hale, Tom Murray…