Cinema

‘Eu Só Posso Imaginar’: Veja história real por trás do filme em destaque na Netflix

Longa-metragem é baseado na história real do vocalista da banda gospel MercyMe

(Foto: Divulgação)

Destaque no top 10 da Netflix este mês, o filme “Eu Só Posso Imaginar” (“I Can Only Imagine”) conta a história de Bart Millard, um roqueiro cristão e vocalista da banda gospel MercyMe, cuja música que dá título ao filme se tornou a mais famosa do grupo e uma expressão de agradecimento de Millard para Deus.

“Eu Só Posso Imaginar”, dirigido por Andrew Erwin e Joe Erwin, relata a história verdadeira do relacionamento complicado entre Millard (interpretado por J. Michael Finley) e seu pai abusivo, interpretado por Dennis Quaid no longa.

HISTÓRIA COMPLICADA COM O PAI

Adaptada em 2018, a vida do cantor mudou repentinamente aos 3 anos quando seus pais se divorciaram. Após sua mãe ter se casado novamente e se mudado poucos anos depois, a família decidiu que ele e o irmão ficariam melhor com o pai, Arthur.

“Acho que ninguém percebeu o quão abusivo ele se tornaria”, disse Millard em uma entrevista à People. “Acabei vivendo com medo durante a maior parte da minha infância”.

Arthur não tinha problemas com bebida alcoólica e nem mesmo com drogas, mas tinha um temperamento explosivo, em que sempre descontava suas frustrações nos filhos.

Millard já chegou a dizer que se sentia “o saco de pancadas” do pai. Outro momento difícil surgiu quando o patriarca da família foi diagnosticado com câncer. Na época, Bart estava no primeiro ano do ensino médio.

O diagnóstico acabou aproximando-os e fez Millard reparar diversas mudanças comportamentais do pai depois que ele encontrou a religião. “Consegui um lugar na primeira fila para ver esse cara deixar de ser um monstro e se apaixonar desesperadamente por Jesus”, disse ele.

“Quando ele faleceu, quando eu era calouro na faculdade, ele não era apenas meu melhor amigo, ele era o homem mais divino que já conheci. E isso literalmente mudou a trajetória da minha vida”, relatou Millard.

DESCOBRINDO A FÉ

A descoberta de sua própria fé ocorreu depois da transformação que Arthur sofrera: “Sempre gostei de música, mas agora estou no ministério porque nunca tinha visto uma pessoa mudar assim antes, e raramente vi isso desde então. Acho que cresci pensando que se o Evangelho pudesse mudar aquele cara, isso poderia mudar qualquer um. Não havia como negar”.

Millard se tornou um tipo de “enfermeiro” para o pai durante os anos do tratamento. Enquanto o filho administrava os remédios, ambos conversavam todas as noites, o que foi a virada de chave na relação entre pai e filho.

“A única vez que fiquei bravo com Deus não foi durante o abuso, mas quando ele morreu”, diz Millard. “Finalmente consegui o pai que sempre quis e, então, ele foi embora. Aos 18, 19 anos, fiquei muito chateado e tive que superar isso”, revelou.

CRIAÇÃO DA ICÔNICA MÚSICA

Foi durante o funeral do pai que a avó de Bart fez o seguinte comentário: “Ela disse: ‘Só posso imaginar o que seu pai está vendo agora’, e fiquei obcecado por essa frase”. Durante muitos anos, Millard escreveu em todos os lugares a frase “só posso imaginar”.

Quando gravou o primeiro álbum do grupo MercyMe, precisou compor múltiplas canções. Ao procurar por inspirações em seus diários, sempre se deparava com a frase da avó, e logo começou a enxergar isso como um sinal.

“Então eu escrevi a música, que era incrivelmente pessoal e especial para mim, mas não tinha ideia do impacto que ela teria”, disse ele. “Não me importei com o que as outras pessoas pensariam quando a escrevi — foi quase como uma terapia para mim”.

A música “I Can Only Imagine” se tornou um grande sucesso nas rádios religiosas, mas foi somente quando a banda começou a promover seu segundo álbum que a música entrou para o Top 40 das estações dos EUA.