‘Indiana Jones’: Por que ‘O Reino da Caveira de Cristal’ é melhor do que ‘A Relíquia do Destino’
Novo filme está em exibição nos cinemas
Obs: O texto a seguir é a OPINIÃO do autor deste post!
Eu sei que sou minoria aqui e virou moda dizer que “O Reino da Caveira de Cristal” é uma merda sem tamanho. Discordo totalmente. É um filme perfeito? Nem de longe. Possui vários efeitos visuais péssimos? Sem dúvida. Possui alguns personagens ruins? Sim. Mas mesmo em meio aos problemas o longa possui também qualidades que reforçam as características da franquia criada por George Lucas e Steven Spielberg nos anos 80.
O que prejudicou foi a alta expectativa em torno do longa que foi lançado 19 anos após “A Última Cruzada” de 1989. Uma expectativa justificável, afinal, a trilogia Indiana Jones lançada nos anos 80 é perfeita e um marco do cinema de aventura. Mas “O Reino da Caveira de Cristal” passou longe da qualidade de seus antecessores e, portanto, a queda foi muito maior.
Fator #01: DIREÇÃO DE SPIELBERG
Mas defendi na época, e vou continuar defendendo o filme hoje pois apesar dos problemas ele mantém o clima de aventura B típico da franquia, a direção de Spielberg é estilosa e hábil em captar ângulos que reforçam o suspense e a empolgação, e até mesmo a história envolvendo seres alienígenas faz sentido para a época da história e com a relíquia e lenda da vez (talvez o problema tenha sido assumir os aliens no final e causar estranheza no público, mas, com a viagem no tempo estabelecida neste novo filme então tudo faz parte da fantasia!).
Apesar de “A Relíquia do Destino” ser um filme bacana de assistir, EM MINHA OPINIÃO, é um filme que perdeu muito sem a inteligente direção de Steven Spileberg. James Mangold é um exímio diretor, mas Spielberg trabalha os ângulos e os movimentos de câmera de maneira única, e de um jeito que torna pequenos movimentos, e objetos no cenário, parte da narrativa da cena (sem falar dos seus icônicos close-up nos olhos que aqui se perdem). Já em “A Relíquia do Destino” temos algo mais convencional e sem a mesma criatividade.
Fator #2: CENAS DE AÇÃO COM INDIANA JONES SENDO INDIANA JONES
E com as limitações da idade do próprio Harrison Ford (agora com 82 anos), “A Relíquia do Destino” usa muito pouco o Indiana Jones. Grande parte das cenas de ação temos o personagem sentado em algum lugar com um visível fundo verde ao fundo, enquanto que em “O Reino da Caveira de Cristal” temos, pelo menos, nosso Indy pulando na ação como Indiana Jones. Temos a ótima sequência inicial na área 51, temos a perseguição de motocicleta pela universidade onde Jones trabalha, Indy caindo na porrada com um russo na sequência das formigas assassinas – momentos estes que colocam o personagem como centro e protagonista de seu filme – o que muda um pouco neste novo longa que se sustenta muito nos personagens novatos para deixar Ford sentado (mas a sequência inicial é realmente boa!).
Fator #03: DURAÇÃO DO FILME
Sem falar também na duração: “O Reino da Caveira de Cristal” mantém a média de 2 horas dos filmes anteriores, o que torna tudo mais objetivo e sucinto. Em “A Relíquia do Destino” eles querem ser dramáticos demais e estendem situações que poderiam ser facilmente cortadas. São 2h30 que pesam e são sentidas.
Enfim, nem o quarto nem o quinto filme se equiparam à formidável trilogia lançada durante a década de 80, mas sou do pequeno grupo que considera “O Reino da Caveira de Cristal” uma obra muito mais divertida e legal de assistir do que “A Relíquia do Destino”. E chamar “O Reino da Caveira de Cristal” de deplorável, detestável e o pior filme da carreira de Harrison Ford – como vi pessoas falarem -, é um exagero sem tamanho. Uma bobeira das grandes.