Morgan Spurlock, do documentário ‘Super Size Me’, morre aos 53 anos

Morgan Spurlock, um documentarista que capturou seus próprios sintomas psicológicos e físicos ao comer McDonald’s todos os dias durante um mês no longa-metragem indicado ao Oscar de 2004 “Super Size Me”, morreu quinta-feira no interior do estado de Nova York devido a complicações de câncer. Ele tinha 53 anos. A família de Spurlock confirmou sua morte.

“Foi um dia triste, quando nos despedimos do meu irmão Morgan”, diz Craig Spurlock, que trabalhou com o irmão em vários projetos. “Morgan deu muito através de sua arte, ideias e generosidade. Hoje o mundo perdeu um verdadeiro gênio criativo e um homem especial. Estou muito orgulhoso de ter trabalhado junto com ele.”

Spurlock ganhou destaque com “Super Size Me”, no qual conduziu um experimento envolvendo consumir apenas alimentos do McDonald’s por um período de 30 dias. As regras também incluíam a estipulação de que Spurlock não poderia recusar a opção “super-size” se solicitado durante a transação. O cineasta também se exercitou menos para corresponder à atividade física do americano médio. Ao final do experimento, Spurlock afirmou que ganhou 25 quilos e sofria de depressão e disfunção hepática.

“Super Size Me” capturou o zeitgeist quando foi lançado em 2004, arrecadando 22 milhões de dólares nas bilheterias globais e desencadeando uma conversa sobre como a indústria de fast food incentiva a má nutrição entre o público em geral. O McDonald’s descontinuou sua opção “super-size” logo após seu lançamento. Embora o documento ainda seja utilizado como auxiliar educacional em algumas aulas de saúde escolar, ele também gerou debate sobre sua precisão nos anos seguintes, com algumas críticas citando a recusa de Spurlock em compartilhar publicamente seu registro de dieta nas filmagens.

DEPOIS DE ‘SUPER SIZE ME’

Nascido em 7 de novembro de 1970, em Parkersburg, W. Va., Spurlock foi criado sob a fé metodista, embora tenha se identificado como agnóstico mais tarde na vida. Ele se formou em cinema pela Universidade de Nova York em 1993.

Nos 13 anos seguintes a “Super Size Me”, Spurlock obteve sucesso adicional com sua produtora Warrior Poets, produzindo e dirigindo cerca de 70 documentários e séries de televisão. Os amplos trabalhos de Spurlock foram alimentados pela abordagem de assuntos controversos e atuais. Os seus projetos cobriram questões como a guerra dos EUA no Afeganistão (“Onde está Osama Bin Laden no mundo”), o salário mínimo e o trabalho imigrante (“30 Dias”); suscetibilidade do consumidor ao marketing (“O Maior Filme Já Vendido”); caça de troféus e modificação corporal (“7 Pecados Capitais”); cuidado de idosos e jogos de azar (“Morgan Spurlock Inside Man”) e pressão corporativa sobre granjas familiares (“Super Size Me 2: Holy Chicken!”).