‘500 mulheres para calar um homem’, diz Bruna Lombardi sobre João de Deus
As centenas de denúncias de abuso sexual feitas contra João de Deus, nas últimas semanas,…
As centenas de denúncias de abuso sexual feitas contra João de Deus, nas últimas semanas, pegaram de surpresa várias celebridades que chegaram a se consultar com o médium nos últimos anos. Dessa vez foi a atriz Bruna Lombardi, 66, que usou as redes sociais para comentar o caso. “Todos perdemos um pouco”, escreveu.
A atriz conta que visitou a Casa Dom Inácio de Loyola, onde o médium faz os atendimentos, em Abadiânia (GO), em julho deste ano, “apenas por curiosidade, ninguém precisava de cura e nem buscava apoio espiritual”, e que todos, inclusive João de Deus, foram extraordinariamente gentis.
Ela fala também do impacto das denúncias que vieram depois e de como “dói pensar que foi preciso quinhentas mulheres pra calar a voz de um homem.” “Dói pensar num sistema conivente que fragiliza a tal ponto a posição da mulher, que ela se recolhe, com dor e vergonha, sabendo que não tem a força suficiente para ser ouvida.”
As denúncias contra João de Deus ganharam força no dia 7 de dezembro, quando o programa Conversa com Bial (Globo) mostrou entrevistas com mulheres que afirmam terem sido abusadas durante consulta com o médium. Depois da exibição, outras mulheres se apresentaram, o que levou a prisão dele no último domingo (16).
O médium nega todas as acusações. Antes de se entregar à polícia, ele afirmou, durante uma de suas poucas aparições após as denúncias que “quer cumprir a lei brasileira”. “Ainda sou irmão de Deus. Quero cumprir a lei brasileira. Estou nas mãos da lei. João de Deus ainda está vivo”, afirmou a fiéis.
Bruna Lombardi aproveitou o caso envolvendo o médium para falar sobre casos de violência contra a mulher: “Quantas vidas massacradas ainda vão se calar diante de uma sociedade que absolve feminicídios? Que admite e compactua com a violência doméstica? Que nem registra abusos entre marido e mulher?”, disse no Instagram.
“Mas da mistura de tudo isso nasce uma nova flor. Uma nova liberdade. Uma nova força. Não somos mais as bruxas caçadas e queimadas, somos fruto da mistura de tudo isso, que resulta numa nova resistência. Agora somos imbatíveis. Podemos contar umas com as outras, podemos ser o que somos e alcançar o que queremos.”
OUTRAS MANIFESTAÇÕES
A apresentadora Ana Furtado, 45, também falou sobre as denúncias contra João de Deus, neste sábado (22), no programa É de Casa (Globo), e afirmou que pretendia visitar o médium depois que recebeu alta do câncer de mama. “Eu chorei quando essas denúncias começaram a aparecer”, afirmou ela.
“Ele sempre foi uma figura muito especial com dom divino e abençoado. Todas as pessoas que vão até ele buscam um alento”, continuou a apresentadora. “É muita decepção, muito triste perceber que essa é a verdadeira índole dele. É entregar nas mãos da justiça.”
Também já haviam se manifestado sobre o caso as apresentadoras Oprah Winfrey, 64, e Xuxa, 55. “Infelizmente eu me enganei, e me enganei feio. Então estou vindo aqui para pedir desculpas a você, porque já divulguei o documentário dele, falei que ele era uma pessoa legal. Estou até um pouco envergonhada”, disse a brasileira.
A atriz Camila Pitanga, 41, era frequentadora do centro de João de Deus e afirmou, pelo Instagram, estar indignada e perplexa. “Ainda estou digerindo os depoimentos contundentes. Nos últimos anos frequentei a Casa e, mesmo não tendo nada de negativo a relatar, o caso me choca com o crescente número de acusações”, afirmou.
“Como mulher, desejo que as investigações não cessem e contribuam para o fim de casos como este”, continuou a mensagem da atriz. “Queria deixar minha solidariedade às mulheres que, corajosas, trouxeram à luz esses acontecimentos inadmissíveis. Vocês não estão sozinhas. Com todo o meu amor.”
A jornalista Maria Cândida, 47, também frequentadora da Casa Dom Inácio de Loyola, afirmou estar “horrorizada”. “É muito mais do que covardia. Eu já estive lá, o conheci pessoalmente num momento em que eu buscava transformação e me ajudou muito ter estado lá. Mas esse abuso não pode existir”, afirmou nas redes sociais.