CONSUMO

52% dos jovens usam psicoativos para lidar com a pandemia no Brasil, aponta estudo

Pesquisa aponta que 43% dos consultados, relataram que o uso dessas substâncias acontece durante atividades de trabalho em casa

43% dos consultados, relataram que o uso dessas substâncias acontece durante atividades de trabalho em casa (Foto: Divulgação)

O isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus tem impactado alguns hábitos dos brasileiros, inclusive na relação com as substâncias psicoativas. Um estudo da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) feito com mais de 4 mil pessoas, apontou que 38,4% das pessoas em quarentena relataram aumento no consumo de drogas, legalizadas ou não.

Dessas pessoas, 34% disseram ter diminuído a frequência de uso e 27% mantiveram os hábitos anteriores à quarentena. Segundo o estudo, mais da metade dos entrevistados acredita que o uso dessas substâncias ajudou a lidar com a quarentena. Já 4% disseram que as drogas atrapalham e 44% foram indiferentes.

Para 43% dos consultados, relataram que o uso dessas substâncias acontece inclusive durante atividades de trabalho em casa. “Isso diz sobre a natureza do home office. Quem é que vai levar uma cerveja para a reunião presencial? Em casa é possível”, diz Luís Fernando Tófoli, psiquiatra e co-orientador do estudo.

Mais de metade dos entrevistados possui entre 18 a 34 anos. “É uma mostra basicamente de jovens, que se identificaram com o perfil da pesquisa. Não estamos falando de uma mostra representativa da população brasileira”, explica a farmacêutica Ana Cristhina Sampaio Maluf.

O consumo de bebidas alcoólicas acende um alerta, por ser a droga mais consumida pelos brasileiros. Apenas 8,48% disseram não consumir e terem continuado assim. Mas se antes a bebida alcoólica era vista como uma droga social, agora ela está sendo consumida por pessoas sozinhas em casa: 5,68% relataram ter começado a beber na quarentena.

Outra pesquisa feita no Brasil, pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), apontou que 18% dos entrevistados disseram ter aumentado o consumo de bebida durante a quarentena. As razões para beber mais são principalmente o tédio e o tempo disponível em casa.

As substâncias chamadas por Tófoli de “drogas de festas” registraram maior queda durante o isolamento social. Cocaína, LSD, MDMA e Cogumelo são algumas delas.

Contudo, a proibição de festas e baladas influiu diretamente no consumo de outras drogas, como cocaína, LSD, MDMA e Cogumelo. Apenas a maconha registrou queda menor: 15,9% dos usuários disseram não fumar durante a quarentena; 34,7% continuaram e 2% afirmaram que passaram a fazer uso no período.

*Com informações do UOL