7 crianças são encontradas com fome e desidratadas em Macapá
Sete crianças, de idades entre 3 e 7 anos, foram encontradas abandonadas pelas mães em…
Sete crianças, de idades entre 3 e 7 anos, foram encontradas abandonadas pelas mães em Macapá, no Amapá. Não havia nenhum responsável adulto no local e as crianças eram cuidadas por um uma tia, de apenas 13 anos. Todas estavam com fome, desidratadas e presas dentro da própria casa, que também estava em condições insalubres.
O Conselho Tutelar foi procurado pelas duas mães das crianças após o resgate. Porém, elas não foram entregues às responsáveis devido aos riscos em que foram localizadas. Por isso, os menores foram encaminhados para um abrigo. Os pais dos menores não foram localizados. A adolescente também foi recolhida, mas levada a outra unidade.
Abandono
Apesar de toda a situação, as mães não foram presas. O recolhimento dos menores aconteceu pelo Conselho Tutelar, com a ajuda da população, da Polícia Militar e da Guarda Municipal. A equipe foi até o local após receber diversas denúncias anônimas.
O conselheiro tutelar Helton Luiz contou que na casa não tinha recursos básicos de sobrevivência como água encanada e potável, alimentos, fogão e nem geladeira. Com isso, os menores estavam sujos, sem roupas, com fome e desidratados. As crianças também apresentavam sintomas de gripe, indícios de anemia e feridas pelo corpo.
Uma das crianças, segundo o conselheiro, é portadora de autismo e todos passaram por atendimento médico em uma casa de saúde. A adolescente, inclusive, recebia instruções para fingir que tinha 17 anos. Inicialmente, ela teria relutado ao resgate, mas depois descreveu que as crianças são filhas de duas irmãs mais velhas. Uma é mãe de três crianças e outra é genitora de quatro menores.
Helton ainda pontuou que não era a primeira vez que as mães deixavam os menores sob a responsabilidade da adolescente. “As duas mães já faziam isso há alguns dias, deixavam a menina tomando conta das crianças. Ela tem 13 anos de idade, mas dizia ter 17 porque as irmãs estavam induzindo para que ela mentisse sobre a idade. Ela relatou ainda que essas crianças sempre ficavam trancadas”, detalhou o conselheiro ao G1.
Ao irem buscar as crianças, as mães foram questionadas sobre os documentos pessoais dos menores; elas alegaram que só tinham certidões de apenas dois dos filhos. O conselho tutelar fez ainda a busca ativa dos pais e avós das crianças, mas os que foram encontrados não puderam ficar com os menores.
“As mães falaram que os pais são totalmente ausentes e só dois apareceram, e outros elas nem sabem quem são. As avós também não podem ficar com elas, então nós tomamos a medida de abrigá-las”, disse Helton.
Os menores devem ficar nos abrigos até que novas medidas sejam tomadas. A Polícia Civil investiga o caso.
*Com informações do G1