70 milhões de animais morreram e 7 milhões de litros de leite foram desperdiçados em Goiás
Greve de Caminhoneiros afeta produção; agronegócio é principal atividade econômica de 35% dos municípios do Estado
A greve dos caminhoneiros chega ao 9º dia com números que comprovam o prejuízo causado aos produtores goianos, à população e à economia do Estado. Cerca de 70 milhões de aves já morreram por falta de alimentação e um bilhão de aves e 20 milhões de suínos correm risco de morte pelo não abastecimento de rações, segundo informaram entidades do setor agropecuário de Goiás.
Criadores de gado de cidades do interior do Estado já começam a jogar a produção ordenhada, porque não tem mais onde ordenhar. Emissoras de televisão já mostram vídeos de produtores abrindo os reservatórios e fazendo com que o leite escorra pela fazenda, mesmo depois de fazer doação aos vizinhos e também produzia o máximo de queijo e coalhada que podem, mas não há também como escoar a produção do que é feito.
No ramo leiteiro, dos 9 bilhões de litros de leite produzidos por dia em Goiás, cerca de 7 milhões estão sendo jogados fora a cada 24 horas devido ao impedimento de escoar a produção. Neste setor, o prejuízo estimado é de R$ 10 milhões ao dia, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).
Através da Assessoria de Comunicação Setorial, a Faeg informou que sempre apoiou movimentos e realizou ações para reduzir os altos custos e a carga tributária. A Federação entendeu que o movimento grevista dos caminhoneiros é legítimo, mas diante dos prejuízos que os produtores já sentem, pede providência aos poderes executivos nacional e estadual na negociação.
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A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) sempre apoiou movimentos e realizou ações objetivando reduzir os altos custos e a carga tributária que assola não somente o setor produtivo rural, mas toda sociedade brasileira. E assim foi com o movimento dos caminhoneiros, que contou com o apoio da Faeg, por entender como legitimo e justo.A Federação acredita que a continuidade do movimento é danosa e prejudicial a todos os goianos e brasileiros. Em curto prazo, a paralisação traz prejuízos imensuráveis a todos os produtores rurais do estado de Goiás e do País, pelos milhões de litros de leite jogados fora, milhares de cabeças de bovinos que estão deixando de ser abatidos diariamente por conta do fechamento de dezenas de plantas frigoríficas, milhares de aves que morreram e de aves e suínos que não foram abatidos, milhares de produtos hortifrutigranjeiros que não chegam à mesa do brasileiro. Prejuízo este, pago pelo produtor rural e consequentemente por toda a sociedade.
No entanto, a situação chegou a um ponto crítico, que se agrava a cada dia mais. Que a continuar, a médio e longo prazo, ocorrerá uma situação de desestruturação de todos os setores produtivos e de toda a economia brasileira.
Portanto, a Faeg acredita na necessidade de ações urgentes e coordenadas por parte de todos. Do Executivo Federal, que possa fazer o seu papel não somente reduzindo os impostos federais, mas também enxugando a máquina pública. Do Executivo Estadual, para que possa reduzir o ICMS sobre os combustíveis, uma das mais altas do País, e também dos nossos deputados e senadores para que possam agir com ações que realmente surtam efeito e possam resolver o problema e fazer o país voltar à normalidade.
A Faeg solicita os esforços de todos, para juntos encontrar uma solução definitiva para essa situação que vem prejudicando todos os brasileiros.