Abacate pode ser encontrado dez vezes mais caro em Goiás: entenda os motivos
Período de entre-safra, custos de produção e fatores climáticos elevaram os preços do fruto nesta época do ano.
O preço do quilo do abacate pode ser encontrado até dez vezes mais caro nesta época do ano em Goiás. Este valor, que no início de 2024 variava entre R$ 3,50 e R$ 5,00 na Ceasa de Goiás, agora chega a R$ 20, com alguns supermercados ultrapassando os R$ 35.
O aumento de até 10 vezes no preço tem gerado impacto nos consumidores do fruto e vários fatores estão contribuindo para essa alta. A principal razão para o aumento é o atual período de entressafra.
A safra normal do abacate começa em janeiro e, durante a entre-safra, que ocorre entre os meses de agosto e setembro, a oferta do produto diminui, elevando os preços. A expectativa é que nos primeiros meses o valor volte à normalidade. “Esperamos uma redução nos preços a partir de fevereiro, quando a colheita se intensifica”, explica Lucas Marquezan Nascimento, técnico de campo do Senar Goiás.
De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goias, outro fator que influencia diretamente o aumento do preço é o custo de produção. O preço dos insumos agrícolas e o frete para transportar os abacates das principais regiões produtoras, como São Paulo e Minas Gerais, também têm encarecido o produto. O aumento nos custos de transporte tem sido uma preocupação para os produtores de Goiás, que estão recebendo as caixas de abacates a preços mais elevados.
Além disso, as condições climáticas desse ano agravaram ainda mais a situação. Durante a florada, entre agosto e setembro, os períodos de calor intenso e baixa umidade do ar causaram um alto índice de abortamento das flores, prejudicando a produção de abacates, mesmo em pomares irrigados. Isso contribui para uma redução na oferta, o que, somado à entressafra, mantém os preços elevados.
Embora a expectativa seja de uma queda de preços entre fevereiro e a metade do ano, a produção na região de Goiás deve ser reduzida, o que pode manter os valores mais altos por mais tempo. “O que estamos esperando é uma redução nos preços, mas a produção deve ser um pouco menor, o que ajudará a manter o preço um pouco mais alto”, explica Nascimento.
A expectativa é que, com a chegada da safra, os preços comecem a se ajustar, mas ainda assim permaneçam elevados em comparação com os valores de início de 2024.