JUSTIÇA

Ação da Lava Jato contra o goiano Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, prescreve

Petista era acusado de atuação em falso empréstimo a campanha; defesa diz que ação era perseguição política

Ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Uma das duas ações iniciadas pela Lava Jato que envolviam apurações sobre um empréstimo de R$ 12 milhões do Banco Schahin ao pecuarista José Carlos Bumlai teve acusações consideradas prescritas pouco mais de um ano após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) ter decidido pelo seu envio à Justiça Eleitoral de São Paulo.

A possibilidade de punição foi considerada extinta para os acusados, entre eles o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-prefeito de Campinas Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio (PDT).

Eles haviam sido tornados réus após o então juiz Sergio Moro, em 2016, aceitar denúncia da força-tarefa, sob acusação de lavagem de dinheiro.

O Ministério Público Federal afirmava que o verdadeiro destinatário do empréstimo eram o PT e aliados, em troca da contratação pela Petrobras do grupo Schahin para operação de um navio-sonda.

Segundo a Procuradoria, parte do dinheiro desse empréstimo tinha sido transferida em favor da campanha de Dr. Hélio a prefeito de Campinas, em 2004.

Como provas, foram usadas análises de transferências financeiras. Delúbio, segundo o Ministério Público, tinha “participado das reuniões nas quais o empréstimo fraudulento teria sido discutido, com o que tinha ciência da origem e natureza criminosa dos valores envolvidos”.

Após entendimento do STF em 2019 de que crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, quando investigados junto com caixa dois, devem ser processados na Justiça Eleitoral, e não na Federal, as defesas pediram que o caso fosse transferido de juízo.

Em março de 2020, houve determinação para que os autos fossem encaminhados integralmente à Justiça Eleitoral em Campinas. A nova acusação, porém, só foi protocolada na Justiça Eleitoral em dezembro de 2020.