ISOLAMENTO SOCIAL

Acieg acredita que obrigação de escalonamento trará poucos resultados

Entidade defende que município adote medidas complementares para evitar aglomeração

Decreto estadual não interfere na folga de trabalhadores do comércio, diz Seceg

A obrigatoriedade de escalonamento de horários de estabelecimentos em Goiânia deve passar a valer nos próximos dias. A prefeitura aguarda decreto do governo estadual que vai endurecer regras de isolamento social para emitir nova regulamentação na capital. A intenção municipal não é bem vista pela Associação Comercial, Industrial e Serviços de Goiás (Acieg). O presidente da entidade, Rubens Fileti, avalia que o escalonamento tomado de forma isolada surtirá poucos efeitos.

O presidente da Acieg defende que o município adote medidas complementares para que o escalonamento tenha efeito prático. Rubens Fileti tem dúvidas sobre como a situação será acompanhada pelo poder público, a fim de que se evite aglomerações. “Acreditamos que o decreto deveria acompanhar várias outras medidas ao mesmo tempo. Por exemplo, se uma concessionária vai abrir às 9 horas, qual o horário que ela deve fechar? Como a prefeitura vai fazer à fiscalização? Pode até ser mais forte junto as empresas, mas como isso vai ser junto ao cidadão?”, destacou.

O presidente argumenta que discute, há cerca de 15, 20 dias com o Município, ações de flexibilização, mas as iniciativas foram travadas após o governador Ronaldo Caiado sinalizar que pode endurecer o combate ao coronavírus. “O que a gente vem propondo, tudo o que a gente vem trabalhando há 15, 20 dias, começou a travar nos últimos dois dias porque o governador prometeu enrijecer as medidas. Devemos ter uma conversa com o governador pra entender o que deve ser feito”, disse.

Confusão

Rubens Fileti disse que outro problema que tem atrapalhado o setor produtivo é que há orientações distintas do poder público, começando pelo governo federal, com o presidente da República, até os municípios”, afirmou. “Ter uma orientação do presidente da República, outra do governador, dos prefeitos atrapalha. Acaba que esse tanto de informação torna tudo bastante confuso e a população vai no mesmo ritmo, acompanhada de uma indisciplina quanto ao uso de equipamentos de proteção individual”, relatou.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico (Sedetec), Walison Moreira, informou que novas reuniões estão ocorrendo, com representantes dos setores cujas atividades estão autorizadas a funcionar. A crítica da prefeitura ao setor produtivo é de que a mudança de recomendação para obrigatoriedade foi necessária, pois as empresas não colaboraram como se esperava e houve aglomeração no transporte coletivo.

Após reunião do comitê de crise do coronavírus, o secretário de governo, Paulo Ortegal, havia dito que o trabalho da comissão de fiscalização da prefeitura será reforçado. Ortegal avalia que até mesmo alvarás poderão ser cassados.