Ações do governo Temer favorecem a privatização da Celg, diz Chidiac
Diretor da CelgPar afirmou, em entrevista ao Valor Econômico, que gestão do governo federal na área de energia favorecerá federalização da companhia
O diretor de gestão corporativa da CelgPar, Elie Chidiac, afirmou, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que as ações do governo de Michel Temer na área de energia favorecerão a privatização da Celg. A estimativa é de que a negociação deve se concretizar em breve, em virtude do estímulo que o governo federal tem buscado conceder aos investidores, com ações para a recuperação econômica e a retomada da competitividade no país.
“Estamos vendo as iniciativas do governo federal, do ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho. Agora as distribuidoras conseguirão financiamento com debêntures incentivadas. Isso é uma indicação de que o governo está visando a capitalização das empresas. Isso será grande incentivo para empresas investidoras e incentiva movimentos de fusão e aquisição de ativos”, disse Chidiac ao Valor.
Ele afirmou que o governo estadual aguarda definição do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Ministério de Minas e Energia (MME) sobre o lançamento do edital de privatização da Celg D. O Valor Econômico disse, na reportagem, ter apurado que pelo menos seis empresas acessaram o “data room” – sala virtual de informações da Celg D. Publicamente, duas companhias já manifestaram interesse pela companhia: a chinesa State Grid e a italiana Enel.
No mês passado, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella Lessa, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que Temer ordenou à equipe do governo “privatizar ou conceder tudo o que for possível na área de infraestrutura”. Chidiac ressaltou que o valor da Celg, R$ 2,8 milhões, é resultado de avaliação feita pelas melhores empresas do Brasil. Segundo ele, o preço do leilão será ajustado pela própria competição. “A empresa tem estrutura técnica muito boa”, enfatizou.
Em entrevista recente à imprensa, o governador Marconi Perillo reiterou que a demora na privatização da Celg pode prejudicar a companhia. “Com a privatização, nós vamos ter dinheiro para investimento na melhoria dos serviços prestados pela Celg. Espera-se que só nos primeiros anos, pelo menos R$ 2 bilhões sejam investidos pelos novos detentores da concessão, em obras, em subestações, em redes que possam melhorar a qualidade do suprimento de energia aqui no Estado. Tudo o que tinha de ser feito na Aneel, no TCU, em todas as instâncias já foi feito. Agora, só estamos esperando o lançamento do edital. A única coisa que falta é isso. A empresa é boa, mas tem déficits mensais. Não podemos mais esperar pela privatização”, alertou.