Acusados de matar idoso por causa de R$ 21 milhões vão a júri popular em Rio Verde
O corpo da vítima foi encontrado carbonizado, em uma propriedade rural às margens da GO-333, na noite do dia 20 de junho de 2022
Renato de Souza, Rogério Oliveira Muniz e Rogério Teles Borges, denunciados pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) pelo homicídio de Wellington Luiz Ferreira Freitas, serão submetidos a júri popular. O crime aconteceu em 2022, em uma fazenda localizada na BR-060, em Rio Verde, na região Sudoeste de Goiás, porque o suposto mandante não estaria disposto a pagar uma dívida de R$ 21 milhões.
A juíza Grymã Guerreiro Caetano Bento entendeu que o caso se trata de crime doloso contra a vida – os quais são julgados pelo Tribunal do Júri. Quanto aos pedidos de revogação de prisão feitos pela defesa dos acusados, a juíza os negou, mantendo-os em prisão preventiva.
PIX
Segundo a denúncia, Renato devia ao idoso quase R$ 21 milhões, referentes à comissão da venda de uma fazenda, que estava sendo cobrada judicialmente. Relutante em pagar o valor, Renato optou por mandar matar Wellington. O promotor Paulo Brondi, responsável pelo caso, aponta que, para colocar sua intenção em prática, procurou Rogério Muniz e ofereceu a ele R$ 150 mil para a execução do crime.
Rogério Muniz aceitou a proposta e no dia 18 de junho de 2022 Renato fez dois depósitos via PIX, no valor de R$ 20 mil e R$ 10 mil, como adiantamento. Ele, ainda, deu a Rogério Muniz 4 pneus novos. Sob a orientação e supervisão direta do contratante, Rogério Muniz procurou a vítima identificando-se como Adriano, pessoa supostamente interessada na compra de terras em Goiás.
Ainda de acordo com a denúncia, feitos os contatos iniciais, Rogério Muniz e a vítima se encontraram na manhã do dia 20 de junho de 2022, quando Wellington levou Rogério Muniz até sua fazenda, a fim de tentar vendê-la a ele.
O crime
Nesse local, enquanto estavam dentro do carro de Wellington, Rogério Muniz imobilizou a vítima com uma corda e a enforcou. Após, acreditando tê-lo matado, ele deixou o corpo no local e fugiu.
Logo em seguida, contando com o auxílio de um terceiro, ele pôs fogo no carro, com a intenção de destruir os vestígios do crime e impossibilitar sua descoberta. A manobra contou com a ajuda também de Renato, o qual lhe entregou dois galões contendo óleo diesel.
Já à noite, Rogério Muniz recebeu um telefonema de Rogério Teles, que o ameaçou afirmando que ele teria que terminar o serviço. Rogério Muniz, então, retornou ao local do crime e colocou fogo no corpo da vítima, buscando apagar suas digitais.
Rogério Muniz e Renato conversaram durante o dia do crime, sendo feitos outros dois depósitos via PIX, no valor de R$ 25 mil e R$ 17 mil reais. Verificou-se também que Rogério Teles ficou incumbido de dar suporte logístico ao executor, providenciando dois celulares que se falassem, sendo depois descartados. Rogério Teles ainda era incumbido de vigiar os passos do executor.