TJGO

Adiado Julgamento de recurso de acusado de matar jovem ao dirigir embriagado

Pedido da defesa de Hélio Ferreira da Silva Júnior pode voltar a ser analisado nesta quinta-feira (26)

O julgamento de recurso em favor de Hélio Ferreira da Silva Júnior, acusado de matar a jovem Jéssica Correia de Queiroz quando dirigia embriagado, foi adiado em virtude de um pedido de vista. Hélio está preso desde abril do ano passado e teve seu pedido de revogação da prisão indeferido pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia.

Um recurso em sentido estrito interposto pela defesa do acusado estava sendo analisada pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) nesta terça-feira (24), porém, o julgamento foi adiado devido a um pedido de vista do relator, o juiz substituto em segundo grau Sival Guerra Pires. Conforme o TJGO, existe a possibilidade de que a análise do caso seja retomada já nesta quinta-feira (26).

Hélio foi pronunciado (mandado a júri popular) pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara no dia 21 de julho de 2016, por ter atropelado e matado a balconista Jéssica Correia de Queiroz, de 25 anos. O acidente fatal ocorreu por volta das 21 horas do dia 16 de abril do ano passado, na Avenida 85, no Setor Marista. 

Confissão

Durante a fase de instrução processual, em junho do ano passado, Hélio Júnior contou que, no dia do acidente, chegou a um restaurante no Setor Bueno por volta das 14 horas para almoçar com amigos e bebeu cerveja até por volta das 20h30, quando resolveu ir para casa. Ele afirmou que não viu a motocicleta de Jéssica de Queiroz e que o acidente ocorreu ao tentar desviar de um carro que freou na sua frente.

O administrador relatou que, após o acidente, ficou parado dentro de veículo, até ser socorrido e levado para o Hospital Jardim América, onde foi preso em flagrante. Relatou que só ficou sabendo da morte da vítima quando era atendido no hospital e que ficou muito abalado. “Eu não saí de casa com a intenção de cometer uma barbaridade dessas”, afirmou. Lembrou ainda que já foi multado algumas vezes por excesso de velocidade e que havia se envolvido apenas em acidentes sem gravidade.

Depoimentos

Também prestaram depoimento nesta segunda-feira o casal Paulo Victor Alvarenga Tavares e Isabel Cristina Barsi Cristaldo Tavares. Eles estavam em um Kia Picanto, parado no semáforo, na Avenida 85, quando o carro deles foi abalroado pelo HB 20 dirigido por Hélio Júnior. Os dois relataram que não ouviram barulho de frenagem e que ficaram preocupados com a filha, que estava no banco de trás. Paulo Victor afirmou que deu para perceber que o veículo de Hélio Júnior estava em alta velocidade.

Isabel Tavares contou que depois de certificar-se de que a filha estava ilesa, desceu para ver o que tinha ocorrido. “Até então, eu não tinha noção da gravidade do acidente”, disse ela. Assim que chegou perto do carro de Hélio Júnior, percebeu que ele apresentava sinais de embriaguez.

Outra testemunha, Isadora Macedo de Assunção, contou que estava com duas amigas se dirigindo a uma pizzaria quando o carro que ocupavam foi atingido pela motocicleta de Jéssica de Queiroz. Ela relatou que viu a moto sendo arrastada e, ao verificar a gravidade do acidente, ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e para o Corpo de Bombeiros, pedindo socorro. Disse também que algumas pessoas queriam agredir o condutor do HB 20. “Ele não tinha condição de falar, de tão embriagado que estava”, contou. Ela também confirmou que o motorista dirigia em alta velocidade e que o semáforo estava fechado para quem trafegava pela Avenida 85.

A policial civil Mônica Silvana Rodrigues Souza contou que fez a prisão em flagrante de Hélio Júnior no Hospital Jardim América, após a realização de teste com aparelho etilômetro, em que foi constatado teor alcoólico de 1,4 miligrama de álcool por litro de ar. “O teor alcoólico era tão alto, que ele não conseguiu nem falar direito. Apenas perguntou pela vítima e, ao saber que ela tinha morrido, virou a cabeça para o lado e ficou calado”, afirmou. (Com informações do Centro de Comunicação Social do TJ-GO.