A adolescente condenada pela morte da amiga Isabele Ramos Guimarães, 14, terminou o período de isolamento de sete dias e já está convivendo com as demais internas do Case (Centro de Atendimento Socioeducativo) de Cuiabá.
O período de isolamento faz parte do protocolo de prevenção a contaminações pelo coronavírus na unidade e foi concluído na tarde de ontem, de acordo com a Sesp (Secretaria de Estado de Segurança Pública do Mato Grosso).
A pasta informou ainda que a adolescente dormirá sozinha no quarto, assim como as demais internas.
Mãe se diz aliviada com condenação
Em entrevista ao “Fantástico” no último domingo (24), a mãe de Isabele, Patrícia Hellen Guimarães Ramos, disse que se sentiu aliviada com a decisão da Justiça que determinou que a adolescente de 15 anos cumpra três anos de internação em regime socioeducativo.
“Olha, no momento que eu soube dessa sentença, eu confesso que eu suspirei assim… Eu dei um suspiro profundo, mas carregado de angústia, de sofrimento, de muito pranto. Eu não tenho motivo nenhum para comemorar isso porque a minha filha não está aqui hoje, mas eu estou aliviada”, disse.
O caso aconteceu em Cuiabá, no dia 12 de julho do ano passado.
A decisão da juíza Cristiane Padim, da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude de Cuiabá, determinou que a “medida adequada” seria o grau máximo de intervenção estatal por ato infracional análogo a homicídio qualificado.
A defesa tentou recorrer da decisão, mas o recurso que pedia a liberdade da adolescente foi negado na última sexta-feira (22) pelo desembargador Juvenal Pereira da Silva, do TJMT (Tribunal de Justiça de Mato Grosso).
De acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), o prazo de internação não pode ultrapassar o prazo de três anos e a manutenção deve ser reavaliada, no máximo, a cada seis meses.
Pais de adolescente também respondem na Justiça
Os pais da adolescente condenada pela morte de Isabele também respondem na Justiça pelo crime e se tornaram réus em novembro em ação judicial movida pelo Ministério Público de Mato Grosso.
“O que eu espero é que nós, como sociedade, possamos entender desse dilema enganoso sobre as armas e que nunca mais nenhuma família possa enfrentar o que a gente tem enfrentado”, afiou ao “Fantástico a mãe de Isabele.