Advogado diz que procuradores tinham ‘ódio’ e pede libertação de Lula
Defensores juntaram ao pedido a reportagem publicada nesta terça pelo UOL, em parceria com o site The Intercept Brasil, que mostra procuradores da Operação Lava Jato ironizando a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia
Os advogados do ex-presidente Lula apresentaram nesta terça-feira (27) ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma petição reiterando pedido de habeas corpus para que ele seja solto. O caso está com o ministro Edson Fachin.
Os defensores juntaram ao pedido a reportagem publicada nesta terça pelo UOL, em parceria com o site The Intercept Brasil, que mostra procuradores da Operação Lava Jato ironizando a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia. Eles debocham do comportamento do ex-presidente, tanto no velório dela quanto no enterro do neto.
Arthur, de 7 anos, morreu no começo do ano, vítima de infecção generalizada causada por uma bactéria. “Referidas mensagens mostram, em verdade, que a atuação dos procuradores da República em questão sempre foi norteada por ódio e desapreço pessoal pelo paciente e pelos seus familiares”, afirma o advogado Cristiano Zanin.
Tal ódio, diz ainda o defensor, torna os investigadores “absolutamente incapazes de cumprir com seus deveres de imparcialidade, impessoalidade e isenção garantidos pela legislação pátria e internacional”.
Em uma das mensagens, a procuradora Laura Tessler diz, depois da morte de Marisa: “Quem for fazer a próxima audiência do Lula, é bom que vá com uma dose extra de paciência para a sessão de vitimização”. Já a procuradora Jerusa Viecili diz: “Querem que eu fique para o enterro?”.
Eles ainda comentam o discurso de despedida de Lula no velório de Marisa, em que ele diz esperar que os “facínoras que fizeram isso contra ela [Marisa] tenham um dia a humildade de pedir desculpas”. “Bobagem total…. ninguém mais dá ouvidos a esse cara”, diz Deltan Dallagnol.
A reportagem mostra ainda mensagens trocadas entre os procuradores quando Vavá, irmão de Lula, morreu, no começo deste ano. Um deles, Antônio Carlos Welter, pondera que Lula tem direito de ir ao enterro, como a lei prevê para qualquer preso. O procurador Januario Paludo responde: “O safado só queria passear e o Welter com pena”.
Quando o neto de Lula morreu, a procuradora Jerusa Viecili comentou no grupo: “Preparem para nova novela ida ao velório”.
*Por Mônica Bergamo, da Folha Press