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“Agressiva e deselegante”: Rubens Otoni critica reação do governo de Goiás sobre transporte coletivo no entorno do DF

Petista indicou que o governo federal não iria participar do Consórcio Intefederativo que buscava congelar a tarifa do transporte coletivo no entorno do Distrito Federal

O deputado federal Rubens Otoni (PT) classificou como “agressiva e deselegante” a reação do governo de Goiás à sua declaração sobre a não participação do governo federal no Consórcio Interfederativo para subsidiar a tarifa do transporte coletivo no entorno do Distrito Federal.

Em vídeo publicado nas redes sociais, nesta quinta-feira (29), Otoni rebateu as críticas do secretário-Geral da Governadoria, Adriano da Rocha Lima, que o acusou de desconhecer a Constituição. “A reação do governo do Estado apenas confirma a tradição da truculência e a dificuldade de conviver com aqueles que pensam diferente”, disse o parlamentar.

O imbróglio

Na última terça-feira (27), Otoni afirmou que o governo federal não participaria do consórcio e nem financiaria o subsídio da tarifa. Ele também acusou as administrações de Goiás e do Distrito Federal de se omitirem da responsabilidade e transferi-la para a União.

As declarações geraram reações negativas. O secretário Adriano da Rocha Lima disse que Otoni “propaga fake news” e “desconhece a Constituição”. O Fórum Mova-se de Mobilidade rompeu a parceria com a Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura (Frenlogi), presidida por Otoni.

Apesar da reação negativa, Otoni manteve a postura crítica à gestão estadual e defendeu um transporte público de qualidade e acessível na região metropolitana do Distrito Federal. Ele cobrou da ANTT segurança jurídica para a licitação das linhas e das empresas um serviço de qualidade.

O deputado disse esperar que o Consórcio seja consolidado entre os governos de Goiás e do Distrito Federal, com a União participando apenas de soluções para a infraestrutura da região. “O Governo Federal já demonstrou disposição em ajudar na área da infraestrutura com investimentos. Inclusive, já colocou no PAC quase R$ 1 bilhão para podermos fazer o BRT de Santa Maria até Luziânia”, disse. “A questão do subsídio deverá ser tratada entre o governo de Goiás e o DF. Esperamos que isso avance”, completou.

O que é o Consórcio Interfederativo?

A situação precária do transporte coletivo na região do entorno do DF ganhou maior repercussão nos últimos dias após a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) anunciar novo reajuste da tarifa, que chegou a R$ 11 em alguns percursos. De acordo com o governo de Goiás, o entendimento é que a Constituição atribui à União a responsabilidade pelo transporte público em regiões que envolvem, pelo menos, dois entes federativos. 

No início de 2023, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) apresentou ao governo federal a proposta de subsidiar parte da tarifa do transporte público, nos moldes do que ocorre na região Metropolitana de Goiânia, que mantém a tarifa congelada em R$ 4,30 desde 2019. Cada ente (União, GO e DF) financiaria o sistema com 30% da passagem.