ELEIÇÕES

Alexandre de Moraes diz que fake news “evoluíram” para novo estágio em 2022

Em julgamento sobre remoção de vídeo, presidente do TSE criticou uso de conteúdos supostamente verdadeiros no segundo turno

Ação de Alexandre de Moraes contra empresários baseou-se em reportagem (Foto: STF)

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, afirmou nesta quinta-feira que o início da campanha eleitoral do segundo turno está sendo marcado por “duas novas modalidades de desinformação”, “a desinformação em sua segunda geração”, apontando que a Justiça Eleitoral deve agir para coibir abusos que levem prejuízo aos eleitores.

— A primeira delas é a manipulação de algumas premissas verdadeiras, que junta várias informações verdadeiras que aconteceram chegando a uma conclusão falsa. A segunda delas é a utilização de mídias tradicionais para se plantar fake news e, a partir disso, as campanhas replicam essas fake news, dizendo que “isso é uma notícia” — disse.

O ministro fez a afirmação durante o julgamento de um pedido da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a remoção de um vídeo divulgado no canal bolsonarista “Brasil Paralelo”. O material divulgava matérias jornalísticas que associavam o candidato à presidência a casos de corrupção.

— Não se pode admitir mídia tradicional de aluguel, que faz uma suposta informação jornalística absolutamente fraudulenta para permitir que se replique isso. Esses casos cresceram muito a partir do segundo turno, e devem ser combatidos para garantir a informação de verdade — afirmou o presidente do TSE.

No julgamento, o ministro Ricardo Lewandowski apontou que a matéria divulgada pelo canal atribui escândalos que jamais foram imputados a Lula. Por isso, disse considerar que o material representava uma “grave a desordem informacional”.

— Nós estamos diante de um fenômeno novo, o fenômeno da desinformação, que vai além da fake news. O eleitor não está preparado para receber esse tipo de desordem informacional — apontou Lewandowski.

Por maioria de votos, os ministros mandaram a página suspender a veiculação do vídeo sob pena de multa diária de R$ 10 mil.