Amazônia tem recorde de desmate em setembro
Foram derrubados 1.454 quilômetros quadrados de floresta; dados do Deter do Inpe, tem início em 2015
A Amazônia teve o seu pior mês de setembro de desmatamento do histórico recente do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O programa Deter registrou 1.454 km² de desmate no bioma.
O valor supera por pouco os 1.453 km² registrados em setembro de 2019, que era, até aqui, o pior setembro já registrados pelo Inpe. A série histórica recente do Deter tem início em 2015. Antes disso, já havia monitoramento do Deter, mas, pelo melhora nos sensores de detecção de desmate, não são válidas comparações com períodos anteriores.
A derrubada registrada em setembro equivale a mais de 900 parques Ibirapuera, em São Paulo.
O Deter não tem como objetivo principal medir o desmatamento no bioma. Sua função é detectar derrubadas quase em tempo real para auxiliar em operações de fiscalização dos órgãos ambientais. Porém, a partir do Deter é possível observar tendências de desmate dentro de um ano.
Maior número de queimadas desde 2010
Na Amazônia tem ocorrido uma sequência de dados negativos para o bioma. Além do desmatamento recordista, o mês de setembro também foi o pior em queimadas em mais de uma década, segundo dados do programa Queimadas do Inpe.
Foram mais de 41 mil focos de calor na floresta em setembro desse ano. A casa das 40 mil queimadas não era alcançada desde 2010, quando foram registrados mais de 43 mil focos de fogo no bioma.
No dia em que o país comemorava o Bicentenário da Independência, a Amazônia queimava e superava o registro de fogo em todo o mês de setembro do ano passado.
As queimadas possuem ligação direta com desmatamento. Desmatadores derrubam a mata, esperam que ela seque e, em seguida, usam fogo para fazer a “limpeza” do local para atividades, especialmente criação de gado. A grilagem também é algo que costuma estar associado ao desmatamento e às queimadas na Amazônia (inclusive, a derrubada é usada como uma forma de “reivindicação” da posse da terra).
Além de setembro, agosto também foi um mês de recordes. A Amazônia teve o mês de agosto com mais queimadas desde 2010. Nos 31 dias do mês em questão foram registrados 33.116 focos de queimadas, segundo dados do Inpe.