São Paulo

Amigos e parentes se despedem de vítimas do massacre em Suzano em velório coletivo

Cerimônia, em arena para 4 mil pessoas, será aberta e deve acontecer até as 16h

O clima é de tristeza e estupefação no velório de seis das oito vítimas dos atiradores de Suzano, na Grande São Paulo. Os corpos começaram a chegar por volta das 6h10 desta quinta-feira ao ginásio Max Feffer, uma arena com capacidade para 4 mil pessoas onde a cerimônia deve acontecer até as 16h.

No centro do ginásio, moradores da cidade são separados, por uma grade, de familiares e amigos próximos das vítimas que estão sendo veladas no local: quatro estudantes e duas funcionárias. Em respeito às famílias, quem acompanha o velório fala baixo. Muitos choram.

— Ele não merecia isso — disse uma colega de escola junto ao corpo de Cleiton Antônio Ribeiro.

Torcedor do Corinthians, Kaio Limeira é velado com a camiseta do time, enquanto seus parentes choram à frente do caixão.

Psicólogos e enfermeiros acompanham a cerimônia. Entre os familiares, junto aos corpos, muitos passam mal. Parente de Cleiton, um senhor já idoso precisou ser socorrido. Depois de ter a pressão arterial medida, foi atendido por uma psicóloga.

Junto ao corpo de Eliane Xavier, a inspetora da escola, uma senhora precisou ser retirada numa cadeira de rodas.

Samuel Dias Simões, de 13 anos, conta que conhecia Samuel Melquiades, uma das vitimas dos atiradores, por frequentar a Igreja Adventista. Na instituçao, os dois, junto de alguns outros amigos, formavam um “grupo de desbravadores”, espécie de escoteiros-mirins:

— Viemos porque todos foram surpreendidos. O Samuel área muito amigo de todo mundo — afirma.

O velório atrai também uma multidão de curiosos, sem relação direta com as vítimas:

— Moro perto da escola, quis vir ver os meninos — diz Ana, que não quis dar o nome completo, enquanto carrega o filho no colo.

Para evitar encontros entre as famílias, os corpos dos atiradores foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) do município vizinho de Mogi das Cruzes. Por enquanto, as funerárias da cidade não confirmam o horário do velório de Luiz Henrique de Castro e Guilherme Taucci Monteiro.

Durante a noite, houve homenagens às vítimas da tragédia. Uma missa católica foi celebrada diante do Colégio Professor Raul Brasil. Durante a homilia, o padre  Claudio Tassiano pediu às pessoas, reunidas em círculo, que mantivessem a esperança, apesar das adversidades:

— Nas crises, não devemos desistir nunca. Não vamos desistir da esperança e do amor — disse.

A Secretaria Estadual de Educação informou que as aulas em todas escolas publicas estaduais e municipais de Suzano estão suspensas até a próxima sexta-feira. Ainda de acordo com a pasta, professores da rede discutirão as propostas pedagógicas para acolhimento, na próxima semana, dos alunos e comunidade escolar.