CONTRA FAKE NEWS

ANTT diz que não retém caminhões no acesso ao RS e nem multa transporte de donativos

"Os veículos de carga que passam nas balanças em rodovias que acessam o Estado passam por um procedimento simplificado de fiscalização e são liberados para seguir viagem"

Depois de circular informações de que caminhões com donativos teriam sido multados e barrados devido a documentação e recolhimento de imposto no Rio Grande do Sul, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou, por nota, que “garante fluxo livre de donativos para o RS”.

Segundo a ANTT, neste período emergencial, não está retendo veículos de carga nas vias de acesso ao Rio Grande do Sul. “Os veículos de carga que passam nas balanças em rodovias que acessam o Estado passam por um procedimento simplificado de fiscalização e são liberados para seguir viagem. Não há solicitação de nota fiscal e nem aplicação de multas sobre veículos que transportam donativos”, garante.

A Agência ressalta, ainda, que “os vídeos que circulam na internet que afirmam que a ANTT reteve veículos de doação não condizem com a realidade dos fatos”.

“A ANTT está empenhada na facilitação da movimentação de cargas, sobretudo gênero de primeiras necessidades, para abastecimento da população atingida pelas chuvas no Rio Grande do Sul, além de mobilizar equipes da própria Agência e dos entes regulados no auxílio à população atingida e no reestabelecimento da normalidade”, conclui a nota.

Dados da Defesa Civil do RS informam 100 mortes em consequência das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul ao longo da última semana. A pasta diz, ainda, que quatro óbitos são investigados para determinar se, de fato, foram causados por efeitos adversos das chuvas.

Também de acordo com a Defesa Civil, pelo menos 128 pessoas estão desaparecidas em todo o Estado. Cerca de 1,45 milhão de pessoas já foram afetadas pelas consequências das chuvas em 417 municípios gaúchos.

Risco

Entidades sindicais jornalísticas emitiram uma nota, na terça-feira (7), para reforçar que a disseminação de mentiras (fake news) dificulta a situação da população do Rio Grande do Sul, afetada pelas fortes chuvas desde o último mês. Ela foi publicada pelo Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS), Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e Federação de Jornalistas da América Latina e do Caribe (Fepalc).

“Pessoas, famílias, comunidades e municípios gaúchos, em situação de extrema dificuldade para sobrevivência, são alvos de notícias e conteúdos criminosos, que propagam, velozmente e com alcance massivo, mentiras e informações falsas, que tumultuam a logística de salvamento público e voluntário”, destaca.

Segundo a nota, equipes de resgates, “que já ultrapassam todos os limites técnicos e humanos para salvar vidas, incluindo controle estratégico e operacional, deparam-se com obstáculos que extrapolam qualquer capacidade de gestão de segurança e operação pública. Já são incontáveis os apelos de agentes públicos e públicas, cidadãos e cidadãs com profundo engajamento em salvar vidas, para que pare a disseminação de fake news”.

Mentiras

Em um dos casos, a Brigada Militar do Rio Grande do Sul precisou divulgar um vídeo desmentindo as fake news de que as guarnições da corporação estariam fiscalizando as embarcações que realizam resgate nas cidades atingidas pela enchente. O vídeo está nas redes sociais do governo estadual.

Nele, o Sub-comandante da BM, coronel Douglas Soares, afirma: “Não estamos fazendo nenhum tipo de fiscalização em quem está fazendo salvamento. Não estamos verificando nenhum tipo de autorização para pilotar uma embarcação ou até um veículo. O nosso objetivo, neste momento, de todas as forças de segurança pública, em especial a Brigada Militar, é salvar as pessoas”, destaca.

Além disso, o governo do Rio Grande do Sul já precisou desmentir que exista cobrança nos trajetos até as áreas afetadas pela tragédia e nas doações. “Não repasse essa informação falsa e, se quiser repassar, repassa dizendo que as doações passam aqui sem cobrança de impostos”, diz o vídeo divulgado.

Há, ainda, outras mentiras circulando nas redes, inclusive sobre um número elevado de mortos com vídeos de outros países.

Confira a nota AQUI.