Anvisa aprova remédio de artrite e dermatite para tratamento de Covid
A nova indicação vale para pacientes adultos hospitalizados com quadro grave de Covid
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta sexta-feira (17) a indicação do medicamento baricitinibe para o tratamento de pacientes internados com Covid-19.
O medicamento já possuía registro no Brasil para o tratamento de artrite reumatoide e dermatite atópica moderada a grave. Agora o seu uso vai constar em bula também para o tratamento da doença causada pelo coronavírus.
A nova indicação vale para pacientes adultos hospitalizados com quadro grave de Covid, que necessitam de suporte de oxigênio por máscara, cateter nasal ou ventilação mecânica.
Para a inclusão dessa nova indicação, a empresa farmacêutica Eli Lilly do Brasil apresentou dados que sustentam a eficácia e a segurança do medicamento para esse outro uso.
Entenda a indicação de remédio de artrite e dermatite no tratamento de casos graves da Covid-19
Gustavo Mendes, gerente-geral de medicamentos da Anvisa, disse que a droga demonstrou 38% de eficácia na redução da mortalidade de pessoas hospitalizadas por causa da Covid-19. O baricitinibe age impedindo que o vírus se replique e se propague na célula.
De todos aprovados até o momento pela Anvisa para a Covid, esse é o primeiro medicamento que pode ser comercializado em farmácia. “Nessa indicação é esperado que se use em ambiente hospitalar, mas não vai ficar restrito porque já é comercializado”, explicou Mendes.
Esse é o sexto tratamento contra a Covid aprovado pela agência reguladora do Brasil. O primeiro foi o Remdesivir, que obteve registro em março. O remédio é indicado para pessoas hospitalizadas com quadro de pneumonia e que precisam de suporte de oxigênio, desde que não estejam em ventilação mecânica.
O outro é o Regen-cov, o qual consiste em uma associação de anticorpos monoclonais, aprovado para uso emergencial. “O combo de medicamentos reduziu significativamente em 70,4% o número de hospitalização e morte em paciente laboratorial sintomático com um ou mais fator de risco para doença grave”, disse Mendes, na ocasião.
Em maio deste ano, a agência aprovou o uso emergencial de um coquetel desenvolvido pela empresa Eli Lilly. O tratamento é uma combinação dos medicamentos biológicos banlanivimabe e etesevimabe. Por precisar de acompanhamento na aplicação, não há possibilidade de venda em farmácias para uso em casa.
Já em agosto deste ano, foi a vez do medicamento regdanvimabe, da empresa Celltrion Healthcare. Ele é indicado para tratamento leve e moderado em adultos que não necessitam de suplementação do oxigênio, mas apresentam alto risco de progressão da Covid.
O quinto aprovado é o sotrovimabe. O medicamento é recomendado para pacientes com casos leves e moderados da doença, mas que apresentem risco de uma evolução ruim da doença.
A Anvisa também informou nesta sexta-feira (17) que solicitou a alteração da bula da vacina da Janssen, imunizante de dose única contra a Covid-19.
A mudança, que precisa ser feita em até 30 dias, visa incluir eventos adversos que foram identificados durante o monitoramento de farmacovigilância do uso da vacina.
O pedido inclui os seguintes eventos adversos: linfadenopatia, que significa o aumento do tamanho de linfonodos, como o aparecimento de caroços no pescoço; parestesia, sensação de dormência em alguma parte do corpo; hipoestesia, diminuição da sensibilidade da pele; tinido e zumbido no ouvido; diarreia e vômitos.