Anvisa autoriza 1º estudo para desenvolvimento de tratamento inovador contra câncer
Pesquisa sobre câncer à base de células geneticamente modificadas será realizada pelo Hospital Albert Einstein
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta quarta-feira o primeiro estudo clínico para desenvolvimento nacional de um tratamento inovador contra o câncer. Trata-se de uma terapia gênica à base de células CAR-T, que são linfócitos (células de defesa) modificados em laboratório para se tornarem capazes de identificar o tumor e atacá-lo com maior potência.
Ela é utilizada em pacientes com um um tipo de câncer no sangue, chamado linfoma não Hodgkin de células B, em casos de reaparecimento da doença ou de resistência ao tratamento padrão. A pesquisa clínica será realizada pelo Hospital Israelita Albert Einstein, com financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
O ensaio clínico se encontra em fase inicial de desenvolvimento e deverá ser rigorosamente controlado para avaliação dos riscos e benefícios. Neste primeiro momento, poucos pacientes deverão participar do estudo.
Pesquisadores da Faculdade de Medicina de São Paulo e o Hemocentro de Ribeirão Preto também se preparam para testar a tecnologia. O início do estudo está previsto para o segundo semestre.
Um tratamento que utiliza CAR-T cell foi aprovado pela Anvisa em fevereiro. A terapia celular, chamada comercialmente de Kymriah (tisagenlecleucel), foi desenvolvida pela farmacêutica suíça Novartis. Embora esteja disponível no país, o tratamento tem um custo bastante elevado, já que a modificação dos leucócitos é feita em laboratórios da farmacêutica nos Estados Unidos ou na Europa.
Sem bem-sucedido, o desenvolvimento da tecnologia nacional permitirá a ampliação do acesso e incorporação do tratamento ao SUS.