CORONAVÍRUS

Anvisa recebe pedido do Butantan para uso emergencial da Coronavac

Vacina teve eficácia de 78% nos estudos finais feitos no Brasil

Anvisa suspende uso de 12 milhões de doses de Coronavac envasadas em empresa sem autorização (Foto: Divulgação)

O Instituto Butantan pediu oficialmente à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nesta quinta-feira (7) autorização para uso emergencial, no Brasil, da vacina Coronavac, nome dado à vacina contra Covid-19 desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac e que, no Brasil, é fabricada pelo laboratório paulista.

Esse é o primeiro pedido de autorização para que uma vacina possa ser aplicada no país. Agora, a Anvisa terá dez dias para analisar os dados.

A solicitação ocorre um dia após o instituto iniciar uma série de reuniões de pré-submissão dos dados à agência –espécie de pontapé para o pedido de aval. Conforme antecipou o jornal Folha de S.Paulo, o Butantan divulgou dados que mostram que a vacina teve eficácia de 78% nos estudos finais feitos no Brasil.

O percentual se aplica à prevenção de casos leves da doença. Casos moderados e mortes foram completamente evitados no estudo, que teve dados revisados na Áustria pelo Comitê Internacional Independente.

Nesta quinta, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, informou que a pasta assinou um contrato com o Butantan para compra de 100 milhões de doses da Coronavac. Segundo o ministro, o contrato prevê que as primeiras 46 milhões de doses sejam entregues até abril, e que o restante (54 milhões) seja repassado pelo instituto paulista ao governo federal no decorrer do ano.

A medida ocorre após idas e vindas em acordos envolvendo a vacina.

A vacina Coronavac esteve nos últimos meses no centro de uma guerra política entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador paulista, João Doria (PSDB), que são adversários para a eleição de 2022.

Em outubro, o Ministério da Saúde chegou a divulgar que compraria 46 milhões de doses da Coronavac, mas recuou após interferência do presidente. “Não será comprada”, disse Bolsonaro, sobre o que chamou de “vacina chinesa do João Doria”.

O imunizante voltou a ser citada no plano nacional de vacinação contra a Covid-19 no fim de dezembro.

Uma edição extra do “Diário Oficial da União” com uma dispensa de licitação para aquisição da vacina no valor de R$ 2,7 bilhões também foi publicada nesta quinta. A previsão é que cada dose da vacina do Butantan custe pouco mais de US$ 10 -são necessárias duas para a vacina ter eficácia.

Ao fazer o anúncio, Pazuello afirmou ainda que toda a produção do Butantan será incorporada ao PNI (Plano Nacional de Imunização).

O governo paulista já anunciou que pretende iniciar uma campanha de vacinação no estado com o imunizante no dia 25 de janeiro.