Apagão não tem relação com segurança energética, diz ministro de Minas e Energia
Alexandre Silveira disse que dois eventos causaram o problema, um deles no Ceará, e que ambos estão sendo investigados
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta terça-feira que o apagão de hoje não tem relação com a segurança energética do país. Ele afirmou que o evento é raro.
— Não poderia deixar de destacar que o ocorrido de hoje não tem nada a ver com o suprimento energético e a segurança energética do Brasil — disse, em entrevista para explicar o apagão.
O ministro disse que dois eventos causaram o problema:
— Um dos eventos já apontados pela ONS aconteceu no Norte do Nordeste, no Ceará. O outro evento está sendo investigado. ONS minimizou carga das regiões Sul e Sudeste para não haver interrupção total.
Ele reforçou que casos desse tipo só acontecem quando há mais de um problema simultâneo.
— O que aconteceu hoje é extremamente raro, porque nós temos um sistema redundante. Para acontecer um evento nessa magnitude precisa ter dois eventos concomitantes em linhas de transmissão de alta capacidade.
O apagão afetou 25 estados e o Distrito Federal. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico, uma “ocorrência” às 8h31 levou a uma “separação elétrica” no sistema interligado.
Na prática, é como se as regiões Norte e Nordeste do país tivessem se desconectado das regiões Sul e Sudeste. O apagão causou transtornos em diversas cidades, como desligamento de semáforos, paralisação de metrô e interrupção de aulas em escolas.
Críticas à privatização da Eletrobras
O ministro voltou a criticar a privatização da Eletrobras e disse que a venda da estatal fez mal ao sistema. Mas evitou fazer ligação entre o apagão de hoje e a desestatização.
— A minha posição é de que a privatização da Eletrobras fez mal ao sistema. O braço operacional do setor elétrico, que era o Sistema Eletrobras, realmente os brasileiros perderam muito com a privatização – afirmou Silveira.
Ele disse que soube da mudança no comando da Eletrobras, com a saída de Wilson Ferreira Jr, pela imprensa.
— Essa mudança abrupta, sem uma sinergia com uma política pública, reafirma o que tenho dito. A privatização tirou a possibilidade de nós termos um sistema mais harmônico. É uma posição que já externei diversas vezes.
Sobre a fala da primeira-dama, Janja da Silva, que foi a uma rede social na manhã desta terça-feira ironizar a privatização da empresa, o ministro considerou o comentário como “natural”.
– Manifestação natural e real de um fato que aconteceu e que gera instabilidade para o setor elétrico nacional.