Aperfeiçoamento genético na pecuária pode trazer lucro e benefícios ambientais, diz especialista
Luiz Antônio Josahkia falou sobre o assunto na manhã deste sábado na ExpoPec
A genética como ferramenta para tornar a produção pecuária um negócio mais rentável foi o assunto tratado por Luiz Antônio Josahkian na primeira palestra deste sábado (25) na ExpoPec 2017, em Porangatu. O especialista traçou o histórico por trás da ciência aplicada no meio e compartilhou suas experiências enquanto superintendente técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).
Luiz Antônio ressaltou que os modelos transgênicos surgiram na década de 80 e, desde então, enfrentam reveses por conta de polêmicas na sociedade. Apesar disso, ele aponta que as modificações podem vir a ser fundamentais caso se cumpram as projeções de que em 2050 o planeta contará com quase 10 bilhões de habitantes.
“É uma China a mais para alimentar no prazo de 30 anos”, destaca, reforçando que a demanda de carne deve passar de 200 milhões de toneladas para 470 milhões de toneladas neste prazo. Até lá, a segurança alimentar se tornará assunto ainda mais em voga do que é atualmente.
Outro tema que deve pautar cada vez mais a pecuária é a questão ambiental. E Luiz Antônio acredita que a genética pode ajudar nesse sentido. “Alguns estudos mostram que se tiver um aumento da demanda da carne de 30%, isso impacta a redução da emissão de gases do efeito estufa em 10% porque aumenta a pressão pelo uso de pastagens e genéticas melhoradas”, explica.
Fora questões socioambientais, o próprio produtor tem muito a ganhar com a seleção genética, visto que as ferramentas disponíveis auxiliam na criação de gado que gera mais leite ou que produz mais carne, por exemplo.
O superintendente ressalta, no entanto, que melhoramentos genéticos são ineficazes em um ambiente ruim de criação. Além disso, ele pontua que se o pecuarista não tiver planejamento não deve se aventurar nesse setor. “A seleção natural é mais sábia que nossas decisões erradas”, declarou.