Apoiadores de Bolsonaro hostilizam jornalistas em Brasília
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro hostilizaram jornalistas, com agressões verbais, em dois momentos nesta segunda-feira.…
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro hostilizaram jornalistas, com agressões verbais, em dois momentos nesta segunda-feira. Nos dois casos, eles tiveram que ser dispersados por seguranças. As agressões ocorrem após críticas reiteradas do presidente à imprensa, inclusive nesta segunda.
De manhã, ao deixar o Palácio da Alvorada, Bolsonaro cumprimentou apoiadores, como faz diariamente, e disse que não iria falar com jornalistas:
— O dia que você tiverem compromisso com a verdade, eu falo com vocês de novo — afirmou o presidente.
Nesta segunda-feira, dia 25 de maio, depois de o presidente falar à imprensa, apoiadores dele xingaram repórteres, enquanto filmavam.
Nesta segunda-feira, dia 25 de maio, depois de o presidente falar à imprensa, apoiadores dele xingaram repórteres, enquanto filmavam.
Quando Bolsonaro foi embora, um grupo de apoiadores passou a hostilizar os jornalistas. “Globo lixo”, “mídia lixo” e “vergonha” foram alguns dos xingamentos. Também gritaram que os repórteres são “comunistas”. Depois de quase três minutos, os seguranças da equipe presidencial dispersaram eles.
No final da manhã, Bolsonaro foi almoçar no Ministério da Defesa. Um grupo de apoiadores ficou do outro lado na rua. Na saída, o presidente não falou com a imprensa e apenas acenou, de longe, para o grupo.
Após ele ir embora, os apoiadores começaram a xingar os jornalistas, com gritos de “lixo” e “mentirosos”. Um integrante da equipe de apoio da Presidência e dois policiais militares dispersaram eles.
No último dia 13, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) enviou um ofício aos ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e para Fabio Wajngarten (chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência) pedindo mudanças no esquema de segurança do Palácio da Alvorada. A Secom é subordinada à Secretaria de Governo.
O documento citava os xingamentos frequentes contra jornalistas e solicitava a adoção de algumas medidas, como uma entrada diferenciada para apoiadores e jornalistas, a instalação de câmeras de segurança em todos os locais de circulação e o banimento de acesso a frequentadores que agredirem física ou verbalmente profissionais de imprensa.
Em resposta, o GSI ressaltou ser responsável somente pela segurança do presidente, do vice-presidente e dos seus familiares, mas disse ter adotado algumas medidas para garantir a segurança dos frequentadores, como a inspeção de segurança, por meio de um detector de metal, e o estabelecimento de áreas separadas para a imprensa e o público geral. O texto diz que as medidas adotadas “estão condizentes com as atribuições” da pasta e não menciona as solicitações feitas pelo sindicato.
A separação de áreas citadas pelo GSI refere-se apenas ao local onde há contato com o presidente. A entrada e a saída são comuns aos dois grupos. Recentemente, por exemplo, uma pessoa tentou entrar na sala reservada aos jornalistas e teve que ser impedida por um segurança.
A Secretaria de Governo e a Secom ainda não responderam ao ofício do sindicato.