Após 17 anos, vão a júri acusados pela morte de ex-prefeito de Montes Alegres de Goiás
Quatro dos sete acusados serão julgados nesta quarta (17). Entre os demais, um morreu há cerca de dez anos e os outros dois nunca foram encontrados
Foi marcado para esta quarta-feira (17), no Fórum de Campos Belos, o julgamento dos acusados pelo homicídio duplamente qualificado do ex-prefeito de Monte Alegre de Goiás, José da Silva Almeida, conhecido como Zé da Covanca. Os réus são Antônio Pereira Damasceno, ex-vice-prefeito e mandante do crime, além de Luís Carlos Medeiros, Floriano Barbo Neto, atual presidente da Câmara Municipal e pré-candidato a vereador em outubro, e José Roberto Macedo Pinheiro, na época, cabo eleitoral do então vice-prefeito.
Pelo crime ocorrido em 1999, também foram denunciadas outras três pessoas, sendo que uma morreu há cerca de 10 anos em troca de tiros com a polícia e dois nunca foram localizados. A sessão do Tribunal do Júri será presidida pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas e a acusação será feita pelo membro do Ministério Público de Goiás, o promotor de Justiça Paulo Brondi.
O crime
De acordo com a denúncia do Ministério Público, por volta de 0h30 do dia 26 de agosto de 1999, os denunciados mataram o ex-prefeito com três tiros em sua casa, no Centro de Monte Alegre. O crime começou a ser articulado pelo ex-vice-prefeito, Antônio, e seu então cabo eleitoral José Roberto, que planejaram o assassinato com o propósito de proveito político.
Os dois, então, contrataram Manoel (já falecido), Luiz Carlos e outra pessoa identificada por Aldo. Eles foram levados de Goiânia para matar Zé da Covanca, mediante pagamento, tendo sido acomodados uma fazenda no município de Teresina. Floriano, na época motorista da Polícia Civil, sustentava os executores com mantimentos e utensílios domésticos, enquanto estes aguardavam a ordem para o delito.
Na véspera do crime, José Roberto levou os três para a cidade, no carro de Floriano, e em outro veículo de Antônio. Manoel, Luís Carlos e Aldo rondaram a casa de Zé da Covanca até que dois deles desceram, sendo um encapuzado, e tocaram a campainha. Antes de a vítima abrir totalmente a porta, eles forçaram a entrada e um dos denunciados dominou a vítima, enquanto o encapuzado atirou três vezes, atingindo-a na cabeça, nariz e pescoço. Uma quarta pessoa foi vista no local do crime, mas não foi identificada.