INVETSIGAÇÃO

Após denúncias em série, advogadas deixam defesa de empresário que agrediu mulher em academia

O escritório Cavalcanti Sion Advogados deixou o caso de Thiago Brennand Fernandes Vieira, acusado de agredir…

O escritório Cavalcanti Sion Advogados deixou o caso de Thiago Brennand Fernandes Vieira, acusado de agredir a modelo Alliny Helena Gomes, 37 anos, em uma academia de ginástica na zona oeste de São Paulo. A saída ocorreu neste último fim de semana.

A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Cavalcanti Sion Advogados, que não detalhou o motivo da mudança e informou apenas que a decisão ocorreu em “comum acordo”.

A assessoria de imprensa do escritório apontou ainda que, agora, Thiago Brennand é representado por dois escritórios: Alves de Oliveira e Salles Vanni, de São Paulo, e Carlos Barros e Gustavo Rocha Advocacia Criminal, de Recife. A reportagem tentou contato com ambos, mas não conseguiu.

A troca de escritório acontece poucos dias depois de uma reportagem da mostrar que ao menos outras 11 mulheres denunciam Thiago Brennand por agressão sexual, incluindo estupros e rituais para tatuar as vítimas com as iniciais do próprio nome, o mesmo acrônimo usado pelo empresário para marcar objetos.

As novas denunciantes devem começar a ser ouvidas ainda nesta semana pela promotora Silvia Chakian, do Ministério Público de São Paulo.

Liderado pelas advogadas Dora Cavalcanti e Paula Sion, a antiga defesa havia sido contratado apenas para defender Thiago no caso da academia.

Dora deu entrevista, na semana passada, a respeito do caso, quando disse que nada justificava agredir, “homem ou mulher, mas o depoimento [dele] é totalmente historiado no que aconteceu ali, baseado no fato a fato”

Em relação ao fato de seu então cliente ter viajado algumas horas antes do Ministério Público ter expedido um pedido de retenção do passaporte, Dora afirmou que a “a viagem não representou qualquer desrespeito de ordem judicial e ele tem data de retorno que está documentada nos autos.”

O escritório pediu um habeas corpus para que fosse deferida a retenção do passaporte e que Thiago tivesse que voltar ao Brasil. Os pedidos foram negados, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, na última quinta-feira (15).

Além disso, Dora havia dito que tinha pouco conhecimento do pedido de desarquivamento do caso em que ele foi acusado de manter uma mulher em cárcere privado em sua casa em Porto Feliz.

Em relação a agressão contra a modelo no início de agosto, a antiga defesa havia dito que Brennand “compareceu espontaneamente para prestar esclarecimentos às autoridades policiais” e que a íntegra dos vídeos demonstrariam que as agressões verbais foram iniciadas por Alliny Helena.

“Durante o depoimento, Thiago pediu desculpas por qualquer excesso cometido ao reagir às ofensas”, completou a nota.

Advogada criminalista, Dora, conselheira do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), disputou a presidência da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo em 2021, quando liderou a única chapa em que as candidatas a presidente e vice eram mulheres. Ela terminou a disputa em terceiro lugar —a eleita foi a advogada e professora Patricia Vanzolini.