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Um cartunista recebeu uma notificação extrajudicial da Igreja Universal do Reino de Deus para que uma charge feita por ele fosse retirada do ar.
De acordo com a notificação entregue pela igreja, Vitor Teixeira, estaria induzindo ou incitando a discriminação religiosa ao ilustrar o que seria um “Gladiador do Altar” desferindo um golpe de espada contra uma mulher seguidora de uma religião de origem africana.
Na notificação, a Universal falou sobre seu posicionamento em relação às religiões africanas. De acordo com o documento, “A Igreja Universal apenas não concorda com a liturgia das religiões de matriz africana, mas de forma alguma incita o preconceito contra as mesmas”, disse.
Em entrevista ao portal Terra , Vitor Teixeira disse que fez um acordo com o departamento Jurídico da IURD para que apenas a imagem fosse deletada. Apesar de ter feito o acordo, Vitor resolveu tornar o caso público, pois acredita que seu direito de liberdade foi ferido pela pressão dos advogados da igreja.
“Querendo ou não, pelo poder econômico que eles têm, é desproporcional (a disputa). Eles são um império de comunicação, com influência política”, falou o chargista.
O trabalho do cartunista Vitor Teixeira começou a ganhar notoriedade a partir das manifestações de junho de 2013. Suas charges já foram compartilhadas milhares de vezes no Facebook. Em entrevista concedida à Obvious Magazine em maio de 2014, Vitor contou como começou a desenhar, quais foram as suas motivações e também discorreu acerca de política.
Na última terça-feira (24/03), Vitor publicou uma nova arte para reafirmar o seu repúdio à censura. No desenho, mãos algemadas com o símbolo da IURD seguram um lápis diante de um papel em branco. “Não me calarão”, escreveu Teixeira na legenda da publicação.