Após ser afastada do cargo, Flordelis é internada por excesso de medicação
Assessoria da deputada afirma que ela vem sofrendo um "linchamento público" antes mesmo do fim da primeira fase do processo que investiga a morte de seu marido
A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) está internada no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do Hospital Niterói D’or, em Icaraí.
Em nota publicada na manhã desta quarta-feira (24) nas redes sociais, a assessoria da parlamentar informou que a internação se deu pelo excesso de medicação tomada após “a injusta decisão” do pedido de seu afastamento do mandato de deputada federal.
“Ontem (23/2/2021), por volta das 19h30 a deputada deu entrada na emergência do Hospital Niterói Dor, em Icaraí, sendo encaminhada para o CTI, onde se encontra até o momento”, diz a nota.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Rede Do’r no Rio de Janeiro, mas foi informado de que o grupo não divulga informações sem autorização de pacientes.
Flordelis é acusada de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019. Ela diz ser inocente.
Na nota, assessoria da deputada afirma que ela vem sofrendo um “linchamento público” antes mesmo do fim da primeira fase do processo que investiga a morte de seu marido, sendo “condenada e humilhada perante a opinião pública, sem nenhum direito de defesa”.
“Flordelis é inocente, nenhuma prova foi revelada contra ela e, na última audiência, suas filhas, além de assumirem a autoria do crime, também negaram a participação ou ciência da deputada. Porém, a despeito dos fatos, convicções estão sentenciando o destino de uma mulher integra, honesta, de origem periférica e que tem sua história pautada na defesa da vida”, diz a nota.
A assessoria da parlamentar disse ainda que familiares e amigos esperam que a deputada possa estar restabelecida e fora do CTI em breve e que tenha o seu amplo e irrestrito direito de defesa garantido, como prevê a lei.
Justiça afasta deputada do cargo
Ontem, a Justiça do Rio decidiu suspender Flordelis do exercício das suas funções públicas. A decisão será encaminhada à Câmara dos Deputados, que decidirá em plenário se o afastamento será mantido.
Não há prazo para a decisão ser apreciada pelo plenário da Câmara. A manutenção do afastamento de um parlamentar por decisão judicial deve ser aprovada por maioria absoluta (257 votos).
Além do afastamento do cargo, Flordelis e outros dez acusados, entre filhos naturais e adotivos, aguardam a decisão da 3ª Vara Criminal de Niterói para saber se irão a júri popular. A parlamentar é monitorada com o auxílio de uma tornozeleira eletrônica, de acordo com determinação da Justiça de setembro de 2020.
Processo disciplinar na Câmara
Além do pedido de afastamento, a deputada é alvo de um processo disciplinar instaurado ontem no Conselho de Ética da Câmara. Em último caso, o processo pode levar à cassação de seu mandato.
A representação a ser apreciada no colegiado foi elaborada pela própria Mesa Diretora da Casa em outubro do ano passado —ainda sob a presidência de Rodrigo Maia (DEM-RJ)— e pede a apuração da conduta da parlamentar pela “prática de atos incompatíveis com o decoro parlamentar”.