O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cancelou uma reunião com o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, em uma rara ruptura diplomática, que vem na esteira de uma escalada das tensões entre dois aliados sobre a nova “guerra às drogas” nas Filipinas.
A Casa Branca disse na semana passada que Obama estava planejando se encontrar com Duterte durante sua viagem ao Laos, para uma reunião com líderes asiáticos, que estava prevista para amanhã. A reunião seria a primeira entre os líderes após a posse do mandatário filipino, em junho.
Mas em uma notável expressão de preocupação dos EUA, Obama lançou dúvidas sobre tais planos, sugerindo que estaria rejeitando a reunião em resposta aos comentários do líder filipino, demandando que o presidente dos EUA não abordasse sua postura em relação aos direitos humanos entre os assuntos que seriam discutidos no encontro. Duterte também usou palavras de baixo calão para se referir a Obama.
Após a chegada do presidente americano ao Laos, a Casa Branca disse que a reunião com o Duterte não aconteceria e que, em vez disso, Obama se reuniria com a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye.
Em uma coletiva de imprensa sobre a reunião, Duterte culpou os americanos – que colonizou as Filipinas até 1946 – por causar os problemas do país. “As Filipinas não são um Estado vassalo, há muito tempo não somos mais uma colônia dos EUA”, disse o presidente, rejeitando as críticas sobre o seu combate ao crime.
Desde que Duterte se tornou presidente, a polícia matou mais de 2 mil pessoas nas Filipinas. Os assassinatos levaram a acusações de abuso dos direitos humanos e a críticas da Organização das Nações Unidas (ONU).
Os EUA e as Filipinas são aliados de longa data, e Manila depende do apoio americano em sua disputa com Pequim por áreas do Mar Meridional da China. Obama disse que os EUA reconhecem os desafios impostos pelo tráfico de drogas, mas ponderou que o obstáculo tem de ser superado em conformidade com as normas internacionais.