Golpe na Turquia

Após tentativa de golpe militar, governo turco diz que situação ‘é controlada’ no país

Cerca de 190 pessoas foram mortas e há mais de mil feridos; autoridades anunciam que 2.800 militares foram presos

O governo turco afirma que retomou o controle do país, depois de acusar uma parcela dos militares de terem promovido uma tentativa de golpe de Estado. Na manhã deste sábado e depois de uma noite de caos e violência, as autoridades declararam que prenderam 2.800 soldados, enquanto o total de mortos poderia se aproximar de 200.

Umit Dundar, um dos chefes militares do país, revelou neste sábado, que pelo menos 104 pessoas envolvidas na tentativa de golpe foram mortas. Além deles, outras 90 pessoas morreram durante a noite, incluindo 47 civis. Mais de 1.100 feridos também foram registrados.

Para ele, depois de quatro tentativas de golpe nos últimos anos por grupos das Forças Armadas, ‘o capítulo dos golpes militares está fechado’. ‘As pessoas tomaram as ruas e mostraram seu apoio pela democracia. Foi um ato de cooperação entre o governo e o povo. A nação nunca vai esquecer essa traição’, disse, garantindo que os autores do golpe serão ‘punidos’.

Pela Europa, o governo turco emitiu comunicados para dar sinais de que estava no comando. ‘A tentativa de golpe foi derrotada pelo povo turco em unidade e solidariedade’, disse uma nota emitida pelas embaixadas turcas. ‘Nosso presidente e governo estão no comando. As Forças Armadas turcas não estiveram envolvidas em sua totalidade no golpe, foi apenas um grupo dentro dos militares e recebidos com uma resposta que mereciam por nossa nação’, indicou.   

Durante a madrugada, já em Istambul, o presidente Recep Tayyip Erdogan falou a seus apoiadores e pediu que as pessoas voltassem às ruas neste sábado. Ele qualificou a operação um ‘ato de traição’ e que afirmou que os organizadores do golpe pagarão ‘um alto preço’.

Pela manhã, o primeiro-ministro Binali Yildirim afirmou à rede NTV que a situação estava ‘em grande parte controlada’. Imagens de diversas redes de televisão mostravam soldados se entregando.

O general Hulusi Akar, comandante das Forças Armadas, teria sido liberado pelos sequestradores envolvidos no suposto golpe.

Mas, em partes do país, os combates continuavam. O Parlamento amanheceu com claros sinais dos ataques que sofreu pela noite.

Uma sessão do Parlamento está sendo planejada para a tarde de hoje e o primeiro-ministro promete responder à imprensa local e estrangeira sobre a situação do país. Todos os principais partidos turcos, inclusive de oposição a Erdogan, condenaram o golpe.