RIO DE JANEIRO

Após tragédia, moradores de Petrópolis se revoltam contra taxa paga a herdeiros de D. Pedro

 A tragédia causada pelas chuvas em Petrópolis desencadeou forte reação dos moradores locais, que acusam…

 A tragédia causada pelas chuvas em Petrópolis desencadeou forte reação dos moradores locais, que acusam o poder público de ser omisso no trabalho de prevenção. Entre as causas da revolta está uma taxa chamada “laudêmio”, que é recolhida dos habitantes do município da região serrana do Rio de Janeiro para financiar os herdeiros do imperador Dom Pedro 2º.

A coleta do imposto é feita pela Companhia Imobiliária de Petrópolis (CIP). São obrigados a pagá-lo todos os proprietários de terrenos situados na área da antiga Fazenda Imperial, formada por terrenos comprados por Dom Pedro 1º a partir de 1830. Todas as transações imobiliárias nesse perímetro rendem 2,5% para os herdeiros do imperador.

O portal UOL ouviu moradores de Petrópolis a respeito do assunto depois que o autoproclamado príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança divulgou nota para lamentar as mortes. O texto não faz menção ao laudêmio, embora haja pressão para que a família real abra mão da cobrança.

“Ele [o príncipe] tem que abrir mão, uma vez que a cidade está em frangalhos e vai precisar de ajuda para reconstrução”, disse uma das pessoas ouvidas. “A mesma cidade cobra um imposto sobre os imóveis vendidos na região, que até hoje beneficia ‘herdeiros da família imperial’ e nunca foi destinado à população. Uma taxa que existe porque, no século XIX, Pedro resolveu assentar sua residência de verão na Serra de Petrópolis”, reclamou outro.

Na sexta, o príncipe argumentou que não recebe “quaisquer quantias referentes ao laudêmio”. “Meu saudoso pai, o príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança, vendeu todas as suas ações da dita Companhia Imobiliária ainda na década de 1940”, escreveu no Twitter.