Armas utilizadas em crimes vem de fora de Goiás, aponta estudo
Estudo investiga a origem de 6067 armamentos apreendidos ainda está em desenvolvimento. Resultados definitivos e mais precisos serão divulgados ainda em fevereiro
Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (8) pela Secretaria de Segurança Pública estadual aponta as origens de armas apreendidas no estado. O levantamento, realizado pelo Instituto Sou da Paz, analisou 6067 armamentos obtidos entre julho de 2016 e agosto de 2017. De acordo com major da PM Geyson Borba, dos cinco tipos de armas mais apreendidos, apenas 2,3% são de calibre restrito de policiais, o que contraria a origem especulada de que as armas apreendidas eram obtidas por criminosos no exterior.
“A ínfima quantidade de armamentos regulados apreendida sugere que os equipamentos foram roubados, furtados e/ou extraviados da própria sociedade ou de empresas de segurança aqui mesmo”, analisa. Segundo o major, o fato também demonstra que as polícias possuem equipamentos e armas mais potentes que aquelas disponíveis no mercado ilegal.
O estudo, conforme expõe o major, tem intuito de tornar mais precisas as ações preventivas de combate ao crime. “As informações poderão nortear ações mais adequadas e que resultarão em mais prisões e apreensões. Se as armas viessem do exterior, por exemplo, teríamos que reforçar o policiamento nas fronteiras. Como grande parte mostrou-se ser daqui, teremos que estudar outras providências”.
O policial explica que o rastreamento dos armamentos com numeração de série preservada será finalizado ainda em fevereiro. Com a conclusão, espera-se descobrir as principais fontes de desvio, o que poderá acelerar e tornar mais precisa a retirada de armas do crime. Balestreli, que também participou da apresentação dos resultados, afirmou ser a favor de uma politica que estabeleça mais controle no uso de armamentos. “Somos contra o mau uso e, sobretudo, contra o descontrole da utilização das armas de fogo”, completa.
De acordo com o major, foi possível analisar o ano de fabricação de quase 2 mil armas que tinham numeração de série padronizada, mostrando que aproximadamente 70% delas são antigas e foram fabricadas antes de 2003, quando havia uma política mais branda de controle de armas, anterior à atual Lei nº 10.826, conhecida como Estatuto do Desarmamento.
As armas
O levantamento apurou 5.186 armas de fogo industriais (85%), 571 simulacros (9%) e 310 de fogo artesanais (5%). Entre as armas de fogo, os revólveres são a maioria (52,8%), acompanhados de pistolas (16,2%) e de garruchas (3,8%).
Majoritáriamente (70,6%), as armas apreendidas são de fabricação nacional. Apenas 5% foram fabricadas nos EUA e outros 1,3%, na Argentina.
O revolver Taurus de calibre 38 lidera a lista dos mais apreendidos (19,9%). Na sequência vem a pistola Taurus calibre 380 (6,5%) e o revolver de mesma fabricação com calibre 32 (6,2%). Todos de origem nacional.