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As 12 piores novelas de todos os tempos

Estrela Guia, Bang-Bang, Babilônia e Os Mutantes estão entre as piores produções da tv

(Foto: Divulgação Globo)

As novelas têm um papel significativo na história da televisão brasileira e na vida de quem assiste. Desde 1951, quando foi lançada na extinta TV Tupi ‘Sua Vida me Pertence’, o Brasil despontou como produtor no gênero. Mas, apesar do notório padrão de qualidade que marca nossas telenovelas, muitas delas não agradaram ao público e à crítica. O Estadão elegeu as 12 piores novelas de todos os tempos produzidas no País. Todas elas estão elencadas não por ordem de importância, mas de lançamento.

GENTE FINA (1990, GLOBO)

A novela contava com um bom grupo de escritores (Luis Carlos Fusco, Marilu Saldanha e Walter George Durst) e buscava narrar o cotidiano de uma família de classe média que, sem dinheiro para pagar o aluguel, é obrigada a morar de favor na casa de um amigo, no subúrbio. Um bom ponto de partida para humor, especialmente pelo elenco afiado (Paulo Goulart, Othon Bastos, José Lewgoy, entre outros), mas nada deu certo, a ponto de a emissora partir para o desesperado recurso de incluir um assassinado e manter a trama à base do “quem matou?”. Para muitos, um dos maiores fracassos da Globo.

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OLHO NO OLHO (1994, GLOBO)

O tema era paranormalidade, o que exibiu rebuscados efeitos especiais para a época para contar a história do padre Guido Bellini (Tony Ramos), que larga a batina ao se julgar incapaz de impedir o assassinato de Armando (Stênio Garcia), que lhe pediu ajuda após uma confissão. Na nova fase da vida, Guido estuda paranormalidade para combater uma organização criminosa. A trama faz lembrar o clássico A Tortura do Silêncio, de Alfred Hitchcock, mas não passa de uma vaga lembrança. E, para completar, a audiência não foi a esperada. Nem a estreia de Rodrigo Santoro e Alessandra Negrini em novelas convence a emissora a reprisar o folhetim, nem no Viva.

ANTÔNIO ALVES, TAXISTA (1996, SBT)

Inspirada em uma telenovela argentina (Rolando Rivas, Taxista), a trama acompanha um taxista (Fábio Júnior) que troca Florianópolis por São Paulo, onde se apaixona por uma estudante (Guilhermina Guinle). Questões importantes como aids, homossexualidade e estupro foram abordadas, mas as confusões envolvendo a produção, marcada por improvisos, atrasos e mudanças no horário de exibição, culminando com a saída da protagonista, que impediu que a novela fosse esticada, tornaram a produção muito confusa. E a novela já começou derrotada, quando Sonia Braga desistiu de participar antes do início das gravações.

ZAZÁ (1998, GLOBO)

Qualquer novela com Fernanda Montenegro é sinal de sucesso, certo? Sim, excetuando Zazá. Mesmo com texto de Lauro César Muniz (craque em telenovela), o folhetim sobre a excêntrica milionária que é filha de Santos-Dumont e que sobrevoa a Torre Eiffel em uma réplica do 14-Bis. A novela começou bem e até fluía quando o autor teve de esticá-la em mais 56 capítulos porque a emissora não conseguiu preparar em tempo sua substituta, Corpo Dourado. Resultado: os personagens perderam a graça, tornaram-se mal-humorados e até o elenco não escondia sua insatisfação com o rumo tomado pelos personagens.

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BRIDA (1998, TV MANCHETE)

Baseada no best-seller de Paulo Coelho, a novela era uma esperança de exportação pela emissora, mas, logo no 14º capítulo, o diretor Walter Avancini trocou o roteirista Jayme Camargo pela romancista Sônia Mota e por Angélica Lopes para ressaltar o universo interior feminino, o que não vinha acontecendo. Tanta confusão afetou a audiência, muito abaixo da esperada, o que afastou patrocinadores, que só ficariam se atingida determinada marca. Nem a inclusão de cenas eróticas no final da novela salvaram a trama. Para complicar, uma greve de funcionários na Manchete obrigou o folhetim ser encerrado com um resumo narrado.

ESTRELA-GUIA (2001, GLOBO)

Nem a presença da cantora Sandy, que viveu a adolescente Cristal, salvou a novela, que contrapunha valores espirituais de sociedades alternativas com avanços tecnológicos. Cristal se apaixona pelo workaholic Tony (Guilherme Fontes), ou seja, dois mundos completamente distintos. Ele é padrinho da menina e cuida dela após a morte dos pais. A novela fez sucesso de público, mas foi muito criticada pela limitada capacidade interpretativa de Sandy que, para piorar, tinha dificuldades em conciliar as gravações com a agenda de shows ao lado do irmão Júnior.

OS MUTANTES: CAMINHOS DO CORAÇÃO (2009, RECORD)

Escrita por Tiago Santiago, foi a segunda parte da trilogia ‘Caminhos do Coração’, que pegou carona no sucesso da série de filmes ‘X-Men’, em que mutantes formam uma equipe de super-heróis -mas não chega nem perto dos originais. Na novela, mutantes perigosos transformam homens e mulheres em vampiros, serpentes, lobisomens e felinos. A população passa, então, a perseguí-los, inclusive os do bem.

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BANG BANG (2006, GLOBO)

Mario Prata também chegou a se envolver nesse projeto, mas, por problemas de saúde, se afastou da trama e foi substituído por Carlos Lombardi. A ideia parecia ser promissora: um western contemporâneo, passado no Oeste americano. Mas a trama e os personagens não sustentaram a boa sacada inicial. Tinha no elenco nomes Mauro Mendonça, Giulia Gam, Marco Ricca, entre outros. Interpretando Diana, a mocinha da trama, a atriz e apresentadora Fernanda Lima foi duramente criticada.

METAMORPHOSES (2004, RECORD)

Com a missão de retomar, à época, a teledramaturgia na Record, a novela enfrentou problemas antes mesmo de começar. Contratado como roteirista, Mario Prata não quis mais escrever a trama alegando que seu texto havia sofrido grandes mudanças. Mesmo o grande elenco, que contava com nomes como Gianfrancesco Guarnieri, Paulo Betti e Joana Fomm, não salvou a novela das críticas negativas ao contar uma história que tinha como cenário uma clínica de cirurgia plástica e misturava máfia japonesa, transplante de face, e a busca por uma cobiçada joia.

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SALVE JORGE (2013, GLOBO)

A novela de Gloria Perez que não fisgou a audiência – e teve uma mocinha, Morena, de Nanda Costa, que não agradou tanto assim. Com muitos personagens e trama arrastada, teve ainda a ingrata missão de suceder o grande sucesso que foi ‘Avenida Brasil’. O ponto de partida era o tráfico de pessoas, com cenas gravadas entre Rio e Turquia.

OS DEZ MANDAMENTOS (2015, RECORD)

A novela bíblica fez forte frente à Globo na faixa das 20h, abocanhando a audiência da concorrente. Recontou uma das mais famosas passagens da Bíblia: a saga de Moisés, desde seu nascimento até a chegada de seu povo à Terra Prometida, passando pela fuga do Egito através do Mar Vermelho e o encontro com Deus no Monte Sinai. A cena da abertura do Mar Vermelho teve uma grande repercussão nas redes sociais. Apesar do alto investimento, os efeitos especiais eram meio toscos e as interpretações, salvo algumas exceções, em geral eram sofríveis.

BABILÔNIA (2015, GLOBO)

Com baixa audiência na faixa das 9, a novela, escrita por Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, começou envolta de grandes expectativas, mas se perdeu ao longo do tempo. Teve casal lésbico, formado por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg – com direito a beijo das duas -, cuja história não foi aprofundada e uma dupla de vilãs, interpretadas pelas excelentes Gloria Pires e Adriana Esteves, que não mostrou sintonia.