Assessora parlamentar denuncia Uber por discriminação política: ‘não levo petista’
Após a troca de mensagens, o motorista cancelou a corrida e a assessora entrou em contato com a plataforma, assim como relatou o ocorrido nas redes sociais
A advogada e assessora parlamentar da vereadora Livia Duarte (PSOL-PA) viralizou no Twitter após divulgar caso de discriminação política na plataforma da Uber. No sábado, 7, Amanda Larêdo, 24, compareceu à transmissão do evento da pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores em Belém, no Pará.
Após o lançamento, a advogado especialista em Direito Eleitoral foi com dois amigos a um restaurante no bairro da Cidade Velha, longe da sede do partido.
Ao pedir um Uber para voltar para casa, Amanda relata que o motorista do aplicativo passou direto do ponto de embarque e ao ser questionado via mensagem se justificou: “não levo petista”.
“Eu vestia uma camisa vermelha, mas não estava com nenhum adereço que associasse à minha posição política. Estava com dois amigos e um deles vestia a camisa com o rosto de Lula, mas o carro era apenas para mim. Precisava do carro, mas não da humilhação por uma presunção de que eu seria petista. Não sou filiada a nehum partido”, afirma em entrevista ao GLOBO.
Após a troca de mensagens, o motorista cancelou a corrida e a assessora entrou em contato com a plataforma, assim como relatou o ocorrido nas redes sociais. O caso viralizou neste domingo.
Para ela, a plataforma respondeu que irá “tomar as medidas necessárias para que isso não volte a acontecer” e que o colaborador pode ser notificado por violação dos Termos de Uso ou até banido “em caso de reincidência”.
Insatisfeita com a mensagem “protocolar”, Amanda Larêdo diz que vai entrar com uma ação judicial contra a Uber. De acordo com a advogada, trata-se de uma violação ao direito do consumidor: “prática abusiva”.
“É inaceitável recusar um passageiro por preferências políticas. Na hora fiquei sem palavras, não esperava. Meu amigo que me lembrou de printar. Hoje penso que poderia ter sido pior, imagina o que ele (o motorista) poderia ter feito comigo sozinha dentro do carro. Foi um livramento”, reitera.
A advogada não é filiada a nenhum partido político e relata ser usuária do aplicativo há anos. O tuíte original já tem mais de setenta mil curtidas.
Procurada pelo GLOBO, a Uber informou, em nota, que tem uma política de tolerância zero a qualquer forma de discriminação e que defende o respeito à diversidade. A empresa reiterou que os motoristas têm direito a ter sua posição política, mas não podem se negar a atender um cliente em “razão de seu credo, raça, nacionalidade, religião, necessidade especial, orientação sexual, identidade de gênero, estado civil, idade ou inclinação política”.