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Assessores de Trump avaliam restringir imigração para pessoas de baixa renda, deficientes ou com inglês limitado

Ideias incluem medidas que não foram implementadas no primeiro mandato e atrasos para novas solicitações

Ao longo da corrida eleitoral, Donald Trump fez discursos contra os imigrantes e prometeu, se eleito, realizar a maior deportação da História dos EUA. E, segundo o jornal Wall Street Journal, aliados próximos e assessores do republicano vinham trabalhando, antes mesmo de Trump ser projetado vencedor das eleições, em projetos e planos para restringir formas de imigração.

As medidas incluem propostas já apresentadas no primeiro governo Trump. Entre elas estão a proibição de viagens de vários países de maioria muçulmana para os EUA, o congelamento do reassentamento de refugiados do exterior e a regra de “encargo público”, política que busca repelir imigrantes de baixa renda, deficientes ou com inglês limitado, para evitar que essas pessoas usem os benefícios públicos.

Já as ideias que estão sendo estudadas incluem uma pausa na aceitação de novos pedidos para categorias de imigração cujo processo atualmente já corre bastante devagar. As propostas variam de asilo a solicitações de green cards baseados em empregos para trabalhadores indianos no setor de tecnologia, deixando esses imigrantes sem opções legais.

Essas últimas podem encontrar mais resistência interna, incluindo do bilionário Elon Musk, a quem Trump prometeu um cargo em seu governo quando ainda era candidato. O dono do X e da empresa SpaceX, apesar de afirmar que a imigração ilegal deve ser reduzida, defendeu várias vezes a imigração legal, relembrando inclusive que é sul-africano durante uma entrevista com Trump.

A filosofia que guia o posicionamento dos aliados e assessores de Trump (incluindo o próprio magnata, que ajudou a articular essa retórica) é a ideia de que os imigrantes legais estão dispostos a aceitar um salário menor por um emprego que se fosse mais bem remunerado seria aceito pelos próprios americanos. Somam-se à narrativa outras acusações feitas pelo presidente eleito, como a de que os imigrantes estão elevando o custo de vida, independente da forma como entraram no país.

A porta-voz da campanha de Trump, Karoline Leavitt, afirmou que “o presidente Trump disse repetidamente que apoia a imigração legal e quer que o máximo de pessoas entrem no país, desde que venham LEGALMENTE.” O jornal relembrou que Trump vez ou outra diferenciou imigrantes legais e ilegais ao longo da corrida em 2016 e a deste ano.

Da boca para fora: uma análise da National Foundation for American Policy, um think tank que defende a imigração, mostrou que Trump adotou 52 políticas para restringir acesso a vistos e green cards para os trabalhadores qualificados, além de não ter implementado nenhuma medida para facilitar seu acesso. Em 2019, o governo Trump também prometeu penalizar os imigrantes em situação legal que dependiam de programas sociais públicos como forma de diminuir a imigração regular no país.

*VIA O GLOBO