Atirador de escola no Texas teria sofrido bullying por ser gago, dizem familiares
Pessoas que conviveram com o jovem, morto por policiais, contaram detalhes de sua vida
Salvador Ramos, apontado pela polícia como responsável pelo massacre em uma escola no Texas que deixou 21 mortos nesta terça-feira, sofreu bullying enquanto cursava o ensino médio e tinha dificuldades em se relacionar com os colegas de turma, afirmam ex-colegas e familiares. O massacre aconteceu em uma escola primária na cidade de Uvalde e é considerada o pior incidente do tipo em uma década.
Colegas de Ramos na Uvalde High School afirmaram ao The New York Times que o jovem tinha poucos amigos e frequentemente faltava às aulas.
Jeremiah Munoz disse ter se aproximado de Salvador Ramos por ambos compartilharem do mesmo interesse em videogames, como Call of Duty e Fortnite. Munoz relatou ao jornal americano se lembrar de presenciar Ramos ser alvo de provocações de colegas, que faziam piada de suas roupas e ofendiam a mãe e a irmã do jovem.
Munoz disse ainda ter recebido durante o final de semana a imagem de dois rifles, enviadas por Salvador Ramos.
A prima de Ramos, Mia, contou ao jornal The Washington Post ter presenciado o atirador sendo alvo de piadas por conta de uma gagueira, enquanto ambos cursavam o ensino fundamental.
— Ele não era muito uma pessoa social depois de sofrer bullying por causa da gagueira. Eu acho que ele simplesmente não se sentia mais confortável na escola — disse Mia ao jornal americano.
Ao Washington Post, outro colega de Salvador Ramos, Santos Valdez, de 18 anos, relatou que uma vez o encontrou com uma série de ferimentos no rosto. Ao questioná-lo, descobriu que o atirador havia feito ele mesmo os cortes na face, com uma faca.
Brigas entre Ramos e sua mãe também foram relatadas pelos colegas do atirador, que os escutavam aos gritos enquanto jogavam videogame online. Após ambos trocarem ofensas, Salvador Ramos costumava passar dias morando na casa da avó.