Atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga é ouvido pela CPI da Covid nesta quarta
Questionamentos abrangem o atraso na negociação das vacinas e a defesa do uso da cloroquina
Em seu terceiro dia de depoimentos, a CPI da Covid ouve nesta quinta-feira (6), a partir da 10h, o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga — antes dele falaram à comissão parlamentar de inquérito do Senado os ex-chefes da pasta Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.
Há pouco mais de um mês no cargo, Queiroga deverá ser questionado pelo colegiado, que tem minoria governista, ainda mais incisivamente que seus antecessores sobre o atraso na negociação das vacinas contra o coronavírus, o negacionismo e a defesa do uso da cloroquina pelo presidente Jair Bolsonaro.
Depois do ministro, os senadores devem ouvir ainda Antonio Barra Torres, presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Com o adiamento da fala do general Eduardo Pazuello, prevista para ontem e remarcada para o próximo dia 19, a participação de Queiroga é a mais esperada pelos integrantes da comissão, que investiga as ações e omissões do governo federal na pandemia e também os repasses para estados e municípios para o enfrentamento ao novo coronavírus.
O ministro deve ser questionado ainda pela defesa que tem feito de Bolsonaro — contrário a medidas de isolamento e pró-medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento da covid-19.
Na última quarta-feira (5), Queiroga afirmou que a gestão federal “não é negacionista” e que “negacionismo é negar o que o governo fez”. Ele também disse, no lançamento do que chamou de “maior pesquisa sobre covid-19 do mundo”, que o governo “não mediu esforços” para contratar vacinas — embora o próprio governo tenha admitido que só conseguiu negociar metade dos 560 milhões de doses que havia anunciado.
Já na segunda-feira (3), alinhamento com discurso bolsonarista, o médico afirmou a empresários que parte da imprensa “não contribui com o Brasil” em meio à pandemia e sugeriu que repensem a publicidade nesses veículos.
Como será o depoimento
Após abrir a sessão para uma breve explanação de Queiroga, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), vai liberar o tempo para as perguntas:
- Cada um dos 18 senadores terá o direito a cinco minutos para formular os questionamentos, sendo o mesmo tempo concedido ao depoente para a resposta.
- Depois, serão concedidos três minutos para as réplicas e outros três minutos para as tréplicas.
O cronograma dos próximos depoimentos à CPI:
- Presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres: 6 de maio, às 14h
- Ex-secretário da Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, e representantes da Pfizer: 11 de maio
- Presidentes da Fiocruz, Nísia Trindade, e do Instituto Butantan, Dimas Covas: 12 de maio
- Ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e representante da União Química: 13 de maio
- Ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello: 19 de maio