Aumenta para 151 o número de mortos na tragédia no Rio Grande do Sul
Segundo a Defesa Civil, 104 pessoas seguem desaparecidas no estado
As fortes chuvas do Rio Grande do Sul causaram ao menos 151 mortes, de acordo com boletim divulgado às 9h desta quinta-feira (16). O número pode aumentar nos próximos dias, já que ainda há 104 desaparecidos. As mortes ocorrem em 44 cidades, conforme a Defesa Civil, e há 806 feridos.
No total, 458 municípios foram afetados, sendo que 77.199 pessoas estão desabrigadas e 538.164 ficaram desalojadas.
Conforme o governo do Rio Grande do Sul, 76.620 pessoas foram resgatadas.
Até a manhã desta quinta, 236.888 endereços continuam com o fornecimento de energia elétrica interrompido. Outros 129.977 seguem sem abastecimento de água. As informações são do governo do estado e constam em boletim divulgado às 9h desta quinta.
Segundo a CEEE Equatorial, 112.488 pontos estão sem energia. O que representa 6,2% do seu total de clientes. A RGE Sul, por sua vez, afirmou que 124.400 endereços seguem sem eletricidade. O número representa 4% dos clientes da companhia.
Os serviços de telefonia e internet da Claro e da Tim estão normalizados, mas os da Vivo estão sem funcionar em cinco municípios.
As aulas foram suspensas nas 2.338 escolas da rede estadual e mais de 378 mil alunos foram impactados. Nesta quinta, são 1.057 escolas afetadas, 554 danificadas e 88 servindo de abrigo.
A tragédia tem sido comparada ao furacão Katrina, que em 2005 destruiu a região metropolitana de Nova Orleans, na Lousiana (EUA), atingiu outros quatro estados norte-americanos e causou mais de mil mortes.
Profissionais de saúde apontam semelhanças entre as duas tragédias, como falta de prevenção de desastres naturais e inexistência de uma coordenação centralizada de decisões. Colapso nos hospitais, dificuldade de equipes de saúde chegarem aos locais de trabalho e desabastecimento de medicamentos e outros insumos são outras semelhanças apontadas.
SITUAÇÃO NO RS APÓS AS CHUVAS
- 151 mortes
- 104 desaparecidos
- 806 feridos
- 77.199 desabrigados (quem teve a casa destruída e precisa de abrigo do poder público)
- 538.164 desalojados (quem teve que deixar sua casa, temporária ou definitivamente, e não precisa necessariamente de um abrigo público –pode ter ido para casa de parentes, por exemplo)
- 2.281.774 pessoas afetadas no estado
O nível do lago Guaíba, em Porto Alegre (RS), ficou abaixo dos 5 metros pela primeira vez desde segunda-feira (13), de acordo com medição realizada no início da manhã desta quinta-feira. O nível chegou a 4,99 às 6h15, no cais Mauá.
Segundo o IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o nível do lago deve diminuir lentamente nos próximos dias, ficando acima dos 4 metros durante a semana.
O pico até o momento foi registrado há uma semana, quando o lago subiu para a faixa de 5,3 metros.
Segundo o Painel Informativo da Prefeitura de Porto Alegre, os eventos climáticos de maio deste ano no Rio Grande do Sul superaram qualquer registro histórico e impactaram milhões de pessoas.
O IPH recomenda a manutenção de atenção às áreas de risco, mesmo onde houve redução da inundação, e ações imediatas para restabelecimento da infraestrutura e manutenção de serviços essenciais como o saneamento básico.
Apesar de o lago estar acima da cota de inundação (3 m no Centro), a Prefeitura de Porto Alegre planeja a limpeza da cidade. Em uma primeira etapa, os trabalhos serão realizados nos 21 bairros mais atingidos pela enchente e incluirão raspagem e remoção de terra e lodo, lavagem das ruas e avenidas, recolhimento de resíduos e entulhos como móveis inutilizados pelas águas.
Vinte equipes começarão a limpeza, à medida que as águas baixarem. A previsão é de contratação emergencial de 55 equipamentos, entre caminhões, carretas, pás carregadeiras e escavadeiras hidráulicas.
A prefeitura informou, em postagem nas redes sociais, que vai precisar de equipamentos e ajuda voluntária, além da estrutura e equipes própria.
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