Babá do menino Henry muda versão e diz nunca ter visto Dr. Jairinho agredir a criança
Thayná Ferreira disse que Monique lhe manipulava para acreditar que Jairinho era um homem agressivo
Em depoimento na primeira audiência de instrução do caso Henry Borel, menino de quatro anos morto em março deste ano, a babá Thayná Ferreira mudou mais uma vez sua versão dos fatos e afirmou que nunca presenciou o ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, agredir a criança.
Jairinho e Monique Medeiros, mãe de Henry, são suspeitos de assassinato. Em maio deste, o Ministério Público do Rio denunciou o casal por homicídio triplamente qualificado, por impossibilidade de defesa da vítima, meio cruel e motivo torpe.
Nesta quarta-feira (6), durante audiência, o Ministério Público afirmou que Jairinho cometeu o crime por sadismo. Pela argumentação da Promotoria, o ex-vereador tinha prazer em machucar o menino, enquanto Monique tiraria vantagens financeiras da situação.
Quando a babá foi depor, ela pediu que a mãe do menino deixasse a sala da audiência. “Depois de tudo que passei e vim observando, pensando, refletindo, hoje tenho medo da Monique”, afirmou.
A babá disse que a mãe de Henry tentava manipulá-la para que ela visse no ex-vereador alguém agressivo. “Ela vinha e tentava me mostrar um monstro no Jairinho, e eu ficava com todas essas coisas ruins na minha cabeça”, disse Thayná.
Ele afirmou ainda que nunca presenciou agressões de Jairinho ao menino.
“No meu entendimento, era a Monique que me fazia acreditar em muita coisa e, por isso, a minha cabeça ficou transtornada. Eu comecei a imaginar um monstro. No quarto, poderia não estar acontecendo nada. E eu estava imaginando um monte de coisa”, disse nesta quarta.
No primeiro semestre, porém, Thayná havia dado outra versão à polícia. Em depoimento que se tornou público em abril, ela falou que presenciou três agressões ao menino pelo padrasto.
Além disso, em troca de mensagens entre Thayná e Monique obtidas pela polícia, a babá avisa que Jairinho tinha se trancado no quarto com Henry. De acordo com as mensagens, o menino teria contado a ela que o então vereador o pegou pelo braço, deu uma rasteira e o chutou.
Jairinho e Monique foram presos temporariamente em abril, um mês depois da morte do menino. Já no início de maio, o casal teve a prisão convertida em preventiva (sem prazo) e foi denunciado por homicídio triplamente qualificado.
Um exame de necropsia concluiu que as causas do óbito foram hemorragia interna e laceração hepática (lesão no fígado), produzidas por uma ação contundente (violenta). Ele tinha outras diversas lesões e hematomas pelo corpo.