O Banco Mundial divulgou um comunicado, na noite de quinta-feira (30), em que confirma que o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub foi aceito para o cargo de diretor-executivo no conselho da instituição.
“O Banco Mundial confirma que o Sr. Abraham Weintraub foi eleito pelo grupo de países (conhecido como constituency) representando Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago para ser Diretor Executivo no Conselho do Banco”, diz o texto.
“O Sr. Weintraub deve assumir seu cargo na primeira semana de agosto e cumprirá o atual mandato que termina em 31 de outubro de 2020, quando a posição será novamente aberta para eleição”, completa.
A instituição fez questão de ressaltar no curto comunicado que o cargo de Weintraub não o torna funcionário do banco. “Diretores Executivos não são funcionários do Banco Mundial. Eles são nomeados ou eleitos pelos representantes dos nossos acionistas”, diz.
Permanência se tornou insustentável
Weintraub deixou o cargo de ministro da Educação no dia 18 de junho, após uma série de desgastes que trouxe para o governo.
A principal delas foi o enfrentamento ao Supremo Tribunal Federal (STF) explicitado pela reunião ministerial de 22 de abril, que foi tornada pública por decisão do ministro Celso de Mello. O ministro chegou a prestar depoimento na Polícia Federal.
Além dos desgastes na área jurídica-policial, agora membros do governo computam a derrota no Fundeb a “omissão” do então ministro.
Auxiliares diretos do presidente, inclusive, não escondem a satisfação de ter “Weintraub bem longe”. “Deixa ele lá em Miami”, disse um ministro em condição de anonimato.
Saída relâmpago
Até na sua saída do Brasil, o ex-ministro provocou polêmica. Utilizou o passaporte ainda de ministro e tentou dar um caráter de “exílio” a sua saída.
A demissão e a necessidade de Weintraub sair do país – havia o receio de eventualmente ser preso se perdesse o foro – fez o presidente Jair Bolsonaro usar retificações no Diário Oficial da União.