Eleições 2016

Base projeta disputa interna na Capital

Objeto de desejo de diversos grupos políticos, o Paço já é vislumbrado mesmo faltando mais de um ano e meio para o momento embate final

Finalizada a ressaca do último processo eleitoral, lideranças de diversos partidos já se movimentam para entrar em outro. Desta vez, o objetivo, na capital, é a Câmara Municipal e a prefeitura. Objeto de desejo de diversos grupos políticos, o Paço já é vislumbrado mesmo faltando mais de um ano e meio para o momento embate final. E dentro da base aliada a palavra de ordem agora é viabilidade, já que ao menos oito nomes de três partidos já surgem como fortes concorrentes à disputa pelo comando de Goiânia em 2016, o que poderá gerar uma disputa dentro das siglas governistas e, claro, um possível racha.

A tônica é tentar encontrar espaço em meio às diversas lideranças que compuseram a base governista na última eleição. Foram 16 partidos com no mínimo 10 nomes de peso que devem fazer valer a força de suas siglas em âmbito regional. Dentro desse contexto, a base governista tem assistido até aqui as discussões do grupo PT-PMDB em torno da formação ou não da aliança entre ambos.

A aliança dos dois partidos que juntos comandam a capital pode ser fator primordial para definições dentro da base aliada. Isso porque, caso o PT consiga recuperar a imagem da administração da capital, a união com o PMDB ficará mais viável. Com a recuperação e a união das legendas a disputa ficaria dura. Até o momento, o que se fala é que o PMDB lançaria o ex-prefeito Iris Rezende (PMDB) o que aumenta ainda mais à atenção.

Líderes do PTB, PSD, PP e PSDB, quatro dos maiores partidos que compõem a base do governo hoje, dizem que este é o momento ideal para candidatos se viabilizarem na disputa. A avaliação de que a imagem do comando da capital é bastante fraca diante da opinião publica constatado em pesquisas, abre espaço para quem quer pleitear a vaga. Diante deste cenário os nomes começam a se apresentar.

PSD decidido

O PSD é, ao lado do PSDB, o partido que apresentou a possibilidade mais concreta até o momento de lançar nomes na disputa pela capital. Entre os que já falaram publicamente que irão colocar o nome à disposição estão o deputado estadual reeleito Lincoln Tejota (PSD), o deputado estadual eleito Virmondes Cruvinel (PSD) e o deputado estadual reeleito Francisco Júnior (PSD). Os três, inclusive, contaram com o aval do presidente do partido, o deputado federal Vilmar Rocha (PSD), que hoje está ocupando espaço no alto escalão do governo.

Há alguns meses Vilmar Rocha descartou qualquer possibilidade de candidatura para a prefeitura em 2016. No entanto, ressaltou que o partido poderá lançar candidato ao executivo da capital. “Quem estiver disposto a se lançar, deve costurar apoio dentro da base”, segundo o deputado.

Lincoln Tejota foi um dos deputados estaduais mais bem votados na última eleição ficando atrás apenas de dois concorrentes. Jovem liderança dentro da Assembleia, o pessedista desde já tenta viabilizar sua postulação dentro da base. Na última quarta-feira, 21, esteve reunido com Jayme Rincón (PSDB) para discutir sobre a pauta. No entanto, sem maiores afunilamentos.

Além do pensamento de disputar a prefeitura de Goiânia, o jovem líder disse que o partido pretende também fortalecer a legenda no interior. Depois de conquistar um resultado satisfatório na última corrida eleitoral, Lincoln e o PSD pretendem também consolidar o partido fora da região metropolitana. “O objetivo do PSD é se fortalecer também no interior é buscar eleger vereadores, prefeitos, além de buscar reeleger prefeitos do PSD”, disse em entrevista.

Outro competidor dentro da sigla é o deputado estadual Francisco Junior (PSD). O correligionário já foi vereador de Goiânia é bastante conhecido da população local. Foi reeleito para o segundo mandato na Assembleia e é tido como nome forte dentro da legenda. Outro nome contado dentro do partido é o supracitado deputado estadual eleito Virmondes Cruvinel.

Virmondes teve sucesso na última eleição ao se eleger para uma cadeira na Assembleia Legislativa. Ele é apontado como o nome mais forte na capital, já que foi o deputado do PSD mais bem votado em Goiânia. Por este fator e por ter exercido importante papel de destaque na Câmara Municipal como vereador, tem o seu nome sempre lembrado por membros da legenda.

PTB indefinido

Com o peso de várias eleições, o Partido Trabalhista Brasileiro é forte concorrente e está na expectativa do que poderá acontecer. Apesar de não ter afunilado os diálogos acerca do tema, o presidente do partido Jovair Arantes (PTB) se reunirá com a executiva do partido nos próximos dias para definir os rumos da legenda.

A palavra de ordem esta centrada no crescimento do partido e é baseado nisso que o mandatário vai trabalhar. Jovair disputou a eleição em 2012 quando foi derrotado por Paulo Garcia (PT). Na ocasião, o deputado viabilizou sua candidatura e conseguiu o apoio do PSDB. Na chapa de vice estava o deputado estadual Francisco Junior.

Apesar de ser o nome de maior destaque dentro do seu partido, Jovair acredita que ele não é o principal nome da sigla. Para Arantes outros dois nomes podem ser colocados como possíveis postulantes para a prefeitura. Entre os quais os deputados Henrique Arantes e Talles Barreto, reeleitos para mais um mandato a frente do legislativo goiano, mas nos bastidores, o nome mais forte na legenda é mesmo o dele.

Na conjuntura atual Jovair acha muito difícil que haja união em torno de uma só candidatura. Para ele, como em outros anos, a prefeitura deve ter entre oito ou sete concorrendo à vaga no executivo. “Muito difícil, são muitos partidos, ideias, pelo histórico devemos ter muito mais concorrentes do que está se configurando,” diz.

PP em dúvida

No PP, partido do vice-governador José Eliton as conversas estão ainda em seu principio. O nome natural do PP é o do deputado federal Sandes Júnior, que disputou a prefeitura em três oportunidades: em 1992, quando ainda estava filiado ao PFL, e em 2004 e 2008, já filiado ao atual partido. O radialista afirmou há algumas semanas que ainda poderia disputar mais uma eleição na capital.

Porém, dentro do partido o anseio de Sandes não encontra eco, pois a ala ligada ao deputado federal Roberto Balestra. Com o presidente da Agetop Jayme Rincón (PSDB) no páreo, Balestra disse que vai apoiá-lo. No entanto, ressaltou que caso o PP lance um nome e entre em consenso com Jayme e o PSDB vai junto sem nenhum problema. “Se o partido tiver um nome e o Jayme não for, eu vou apoiar”, frisa.

Pelo momento atual e quem tiver maior desenvoltura e conseguir reunir o potencial de convencimento em torno de seu nome vai se sair melhor. O pensamento é de Roberto Balestra. Ele acha que a união entre sua sigla e diversas outras é cabível. Mas salienta que quem estiver disposto em ser candidato deve tentar se viabilizar a base de diálogos para que isso aconteça. “Tudo é possível inclusive una união”, ratifica.

PSDB não abre mão

No momento o partido tem dois nomes que já manifestaram publicamente o desejo de lançar suas candidaturas. Tido como nome mais apoiado dentro da legenda, Jayme Rincón é o mais contado dentro do PSDB. Jayme vem desempenhado papel destaque a frente da Agência de Transportes e Obras (Agetop) e é bastante próximo de Marconi Perillo.

Esta semana em entrevista à Tribuna o presidente regional do PSDB, Paulo de Jesus, destacou que além de Jayme Rincón o nome do deputado federal eleito Fábio Sousa (PSDB), que já declarou publicamente ser pré-candidato, e do deputado João Campos (PSDB) estão entre os potenciais candidatos. “Tem, tem alguns nomes se apresentando, o Fábio de Sousa é candidato, Jayme Rincón é candidato, João Campos já tinha me falado que é candidato,” declarou.

João Campos despista qualquer possibilidade de candidatura, o deputado recentemente reeleito à Câmara Federal esta concentrado em eu mandato e nas discussões que giram em torno do comando do Legislativo Federal. “Estou focado na eleição da presidência da Câmara”, disse. Ele destacou que esta sendo estimulado e que vai avaliar em um momento mais próximo.

Na última eleição, João Campos tinha a pretensão de ser candidato, mas sua candidatura não foi viabilizada. Naquela ocasião, Campos, Leonardo Vilela, além de Jovair Arantes eram pretendentes. No entanto, ao se afunilar as discussões os dois não se viabilizaram e coube a Jovair encabeçar a chapa majoritária.

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