Inflação

BC adia Relatório de Inflação para dia 30 por causa de greve

Presidente do órgão concederá entrevista uma semana antes

Foto: Agência Brasil

A greve dos servidores do Banco Central (BC), que dura mais de dois meses, atrasou a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação de junho. Inicialmente previsto para o dia 23, o documento será apresentado às 8h do dia 30, informou hoje (9) à noite o órgão.

Mesmo sem a divulgação do relatório, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto e o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, darão uma entrevista coletiva às 11h do dia 23. Eles farão uma apresentação breve e, segundo a assessoria de imprensa do BC, conversarão sobre política monetária.

Em greve desde 1º de abril , os funcionários do BC reivindicam a reposição das perdas inflacionárias nos últimos anos, que chega a 27%. Eles também pedem a mudança da nomenclatura de analista para auditor e a exigência de nível superior para ingresso dos técnicos do BC.

Em 19 de abril, a categoria suspendeu a greve, mas retomaram o movimento por tempo indeterminado desde 3 de maio. Desde então, só serviços considerados essenciais estão sendo executados, como as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e a divulgação do déficit primário no primeiro quadrimestre.

A divulgação de estatísticas, como o boletim Focus (pesquisa semanal com instituições financeiras), o fluxo cambial, o Relatório de Poupança e a taxa Ptax diária (taxa média de câmbio que serve de referência para algumas negociações), foi suspensa ou ocorre com bastante atraso. Projetos especiais, como a expansão do open banking e a segunda fase de consultas de saques de valores esquecidos, estão suspensos.

Desde o início do ano, diversas categorias do funcionalismo federal trabalham em esquema de operação-padrão ou fazem greve porque o Orçamento de 2022 destinou R$ 1,7 bilhão para reajuste a forças federais de segurança. No fim de abril, o governo confirmou que estudava um aumento linear de 5% para todo o funcionalismo, mas hoje o ministro da Economia, Paulo Guedes, descartou a concessão de reajustes em 2022.