Blocos alternativos atraem jovens no carnaval de Brasília
O Divinas Tetas reúne foliões para dançar ritmos variados, entre eles músicas do movimento Tropicália
Blocos de carnaval alternativos como o Aparelhinho e o Bloco das Divinas Tetas reuniram público jovem no final da tarde de ontem (28) em Brasília. O local da concentração foi o Setor Bancário Sul, onde ficam instituições financeiras e por onde normalmente circulam trabalhadores vestidos com roupas sociais. Mas ontem, o local foi tomado por foliões com fantasias de super heróis, sereias e xeiques árabes, além de pessoas com perucas coloridas, roupas brilhosas e meias arrastão.
No segundo ano de carnaval em Brasília, o Bloco das Divinas Tetas reúne foliões para dançar ritmos variados, entre eles músicas do movimento Tropicália de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé e Mutantes. “No ano passado, a festa atraiu mais de 10 mil pessoas, bem mais do que esperávamos, então, para este ano a estrutura já dobrou de tamanho”, disse Aloísio Michael, vocalista do Divinas Tetas. Ele conta que, além dos ritmos da Tropicália, a banda toca maracatu, samba, rock e outros.
O Divinas Tetas foi criado no final de 2015 por amigos da cena musical independente de rock que resolveram fazer um bloco de carnaval homenageando os artistas da Tropicália. O nome veio da música Vaca Profana, sucesso da cantora Gal Costa.
A estudante de design Nayara Santos, de 21 anos, esteve no Divinas Tetas no ano passado e agora repete a dose. “É um carnaval com ritmos variados e muito animado. É bom ter diversidade no carnaval da cidade e opções para todos os gostos”, disse.
Aparelhinho
Por volta das 17h, o som começou a ecoar do carrinho de madeira do bloco Aparelhinho e animou o público predominantemente jovem que já estava concentrado no Setor Bancário Sul. Desde 2012, o bloco desfila na segunda-feira de carnaval com a proposta de levar aos foliões um som feito por DJs. São eles que conduzem um carrinho de madeira feito a mão com espaço para abrigar as caixas de som, equipamento de iluminação e um gerador.
O bloco dá a volta no Setor Bancário Sul e espera arrastar 10 mil pessoas. “O Aparelhinho foi um dos primeiros blocos alternativos que surgiram em Brasília. Desde então, o carnaval da cidade cresceu muito e tem que crescer mais para que as pessoas não precisem sair de Brasília para se divertir”, disse a produtora cultural do Aparelhinho, Paula Rios.
O auxiliar de contabilidade Marcos Paixão, de 23 anos, veio com amigos conhecer o som do Aparelhinho e gostou do que viu e ouviu. “A democratização dos ritmos no carnaval é importante para quem não gosta só de samba ou axé. E isto temos aqui”, avaliou.