A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques, disse hoje (5) que a instituição vai continuar apoiando projetos no exterior. Ontem (4), o banco anunciou que voltou a financiar exportações de serviços de engenharia depois de uma interrupção de oito meses. O financiamento será concedido para a Construtora Queiroz Galvão, empresa investigada pela Operação Lava Jato.
“Essa semana anunciamos a retomada de desembolso para um projeto em Honduras, mas com uma nova forma de avaliação que foi toda ela feita em conjunto com o Tribunal de Contas da União, [também] consultamos a Advocacia-Geral da União. Tem um termo de compliance (boas práticas corporativas) que os exportadores e importadores têm que assinar. Mas principalmente estamos fazendo a análise desses projetos de uma forma diferente da que fazíamos antes. Estamos fazendo a análise como fazemos de projetos na área de indústria e infraestrutura [no Brasil]”, disse Maria Silvia, após a apresentação das novas políticas operacionais e condições de financiamentos do banco.
Segundo a presidente do BNDES, o termo de compliance será o método padrão a ser adotado pelo banco para obras de empreiteiras no Brasil e no exterior.
Queiroz Galvão
O BNDES desembolsará US$ 145 milhões (cerca de R$ 470 milhões) para a construção do corredor logístico que liga Puente San Juan I a Goascorán, em Honduras. O valor do empréstimo do banco equivale a 66% do valor total da obra.
De acordo com o BNDES, a Queiroz Galvão e o governo de Honduras se comprometeram a cumprir a finalidade da aplicação dos recursos financiados. Os critérios levam em consideração consultas à AGU e aos demais órgãos do sistema de apoio oficial às exportações.
“Ela [a empreiteira] assinou o termo de compliance, que está alinhado com o acordo de leniência [uma espécie de delação premiada de empresas] e, com isso, a obra pode prosseguir. Este foi um dos critérios. Tem outros critérios também”, disse Maria Silvia.